quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Transplante Cardíaco

Um transplante cardíaco consiste num procedimento cirúrgico em que é removido o coração lesado e transplantado um coração saudável.

Geralmente, apenas é proposto aos pacientes que sofrem de doenças do coração de prognóstico muito grave, numa fase evolutiva muito avançada e quando se determina que de outra forma a sua morte será inevitável num curto período de tempo, no máximo poucos meses.
A obtenção de um coração saudável é uma questão que coloca várias limitações à prática dos transplantes: o órgão deve proceder de um dador em estado de "morte cerebral", ou seja, em coma irreversível e após se certificar que apresenta lesões cerebrais irrecuperáveis, que esteja ligado a um ventilador artificial e que os seus batimentos cardíacos apenas sejam mantidos através de meios artificiais.

Para além disso, é necessário comprovar o grau de compatibilidade dos tecidos orgânicos do potencial dador e do possível receptor, prevenindo assim uma grave reacção de rejeição ao órgão transplantado.


Por último, o tempo que decorre entre a extracção do órgão do dador e a sua implantação no receptor deve ser limitado, já que o miocárdio é muito sensível à falta de irrigação sanguínea e pode deteriorar-se com rapidez.




A operação, propriamente dita, é tão complexa como qualquer outra grande intervenção cirúrgica cardíaca. Antes da intervenção cirúrgica, deve-se ligar ao receptor um aparelho de circulação extracorporal que permita, enquanto se procede à remoção do coração doente e à implantação do saudável, manter o fornecimento de oxigénio aos tecidos.
 

De acordo com a técnica cirúrgica mais utilizada, deve-se remover o coração do receptor deixando intacta a parte superior das aurículas, para que estas permaneçam ligadas aos vasos que nelas desaguam, as veias cavas e as veias pulmonares. A seguir, insere-se o novo coração, complementando a parte das aurículas do coração doente, ligando-o à aorta e à artéria pulmonar.

Após as suturas, pára-se a transmissão de sangue para a máquina e aplicam-se estímulos eléctricos ao coração transplantado para que comece a funcionar com normalidade. O transplante dura no máximo pouco mais de uma hora. Posteriormente, procede-se a um tratamento intensivo com imunossupressores, ou seja, medicamentos que inibem o sistema imunitário, limitando assim a possibilidade de rejeição, isto é, o ataque das defesas do organismo contra o órgão estranho, principal factor que provoca o fracasso deste tipo de transplante.
 

O transplante de coração pode ser recomendado para pacientes com insuficiência cardíaca causada por:
• Doença da artéria coronária;
• Cardiomiopatia (espessamento das paredes do coração);
• doença da válvula cardíaca com insuficiência cardíaca congestiva
• Doença cardíaca congénita grave.




A cirurgia de transplante cardíaco não é recomendada para pacientes com:

• Doença hepática, pulmonar ou renal;
• Diabetes melito insulino-dependente (DMID);
• Outras doenças que ponham a vida em risco.

 
Sónia Moreira, 30 de Dezembro de 2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Hospital de S. João do Porto, líder ibérico na recolha de pulmões em 2007

O Hospital de S. João (HSJ) do Porto, foi em 2007 a unidade de saúde que efectuou, na Península Ibérica, a maior colheita de pulmões para transplantes mas os 22 órgãos recolhidos foram, na totalidade, exportados para Espanha.
O número de colheitas representa, segundo disse à Lusa Germano Oliveira, responsável do Gabinete de Colheita e Transplantação do HSJ, "um grande motivo de orgulho" para as equipas responsáveis, em especial porque passaram de "zero para 22", em apenas um ano.
Contudo, o responsável lamentou que todos os órgãos tenham sido exportados para Espanha, pelo que isso representa em termos de "perda de know-how e experiência" para os especialistas portugueses.

Esta situação, disse, deve-se à “ineficácia do programa” de transplantação pulmonar, que em Portugal está centralizado no Hospital de Santa Marta, em Lisboa.

O desconforto para os doentes e os custos para o Estado português, por esta situação, foram também apontados por Germano Oliveira que, no entanto, se congratulou com o facto do trabalho das equipas responsáveis na recolha dos pulmões (coordenadas pelo HSJ) ter contribuído para acabar com a lista de espera de portugueses hospedados na Corunha, Galiza, a aguardar transplante pulmonar, neste ano.

O hospital da Corunha, tem todo o interesse em transplantar alguns portugueses porque além de serem "bem pagos", as operações representam "uma fonte de experiência" e contribuem para o "desenvolvimento daquela unidade de saúde".

No entanto, revelou o responsável, dos 22 pulmões enviados para Espanha, a maioria foi transplantada em espanhóis.
"Chegamos a ter uma lista de 12 portugueses na Corunha, à espera de transplante do pulmão. Dessa lista, a informação que eu tenho é que, actualmente, estão três a aguardar, os outros foram todos transplantados, dos quais um morreu", afirmou o clínico na data.
Segundo Germano Oliveira, o HSJ tem sinalizado para transplante em Espanha, além dos três casos "activos" (prontos para transplante) mais dois em estudo.
Em Portugal, apenas o Hospital de Santa Marta em Lisboa faz transplantes pulmonares mas, por razões que Germano Oliveira escusou comentar, não tem tido capacidade de resposta às necessidades do país, que "necessitaria de transplantar 25/30 pulmões por ano".
Com uma média anual de dois/três transplantes, desde que foi lançado em 2001, o programa de transplantação pulmonar em Portugal tem-se revelado insuficiente, o que leva os doentes portugueses a tentar a sorte em Espanha.

Germano Oliveira disse à Lusa que o Hospital de S. João envia os doentes para o Hospital de Santa Marta e só ao fim de um certo tempo, caso não obtenha resposta, procura outra alternativa.
A alternativa, "até agora", tem sido a Corunha, adiantou o responsável, admitindo o interesse do Hospital de S. João em aderir ao programa de transplante pulmonar.
"Acho que deveríamos pensar nisto", afirmou Germano Oliveira, referindo que o processo deve iniciar-se pela formação das pessoas que terão a responsabilidade de tratar doentes transplantados.
“Não vamos começar a fazer uma coisa que é arriscada, em que as pessoas podem morrer, sem termos médicos capazes de tratar o doente depois deste vir do bloco operatório", salientou.
Referiu que esse processo de formação já decorre, uma vez que o Serviço de Pneumologia do S. João assume o tratamento dos seus doentes transplantados em Espanha.
O objectivo, sustentou, é que "a médio prazo possamos ter aqui uma equipa de pneumologistas que seja perfeitamente capaz e autónoma para tratar uma pessoa transplantada ao pulmão".
"Uma vez concluída essa etapa, é que o Hospital de S. João poderá, eventualmente, avançar para a etapa anterior que é a transplantação", disse.

O responsável salientou que "os pulmões são órgãos muito raros e que a sua colheita é a mais difícil de todas".
"Se os conseguimos recolher, e se temos pessoas à espera, porque não admitir essa hipótese de transplantar?”, perguntou.

Germano Oliveira frisou que do ponto de vista cirúrgico, o transplante pulmonar "não é muito complicado. O problema é o pós-operatório, com todos os riscos de infecção e rejeição".

Procedimento médico efectuado num transplante de pulmão

in Lusa / AO online, 2008-03-18

Verónica Cabreira, 23 de Dezembro de 2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Centro de Histocompatibilidade do Norte

Na passada sexta-feira o nosso grupo visitou o Centro de Histocompatibilidade do Norte.



Fachada do edifício

O que é o CHN?

O Centro de Histocompatibilidade do Norte é responsável pelo apoio laboratorial à transplantação em toda a zona Norte, estando ainda incumbido da investigação na área da Transplantação e da Medicina Regenerativa.
A missão do centro é sobretudo ampliar o leque de serviços prestados à comunidade, relacionados com as doenças que levem à necessidade de transplantação de tecidos, órgãos e medicina regenerativa acompanhando os avanços técnico-científicos, disponíveis em cada momento e os requisitos legais aplicáveis.




Entrada do Centro


Mais detalhadamente os serviços prestados pelo CHN são:
- Estudos laboratoriais de candidatos a transplante e transplantados de rim, fígado, pâncreas,coração, córnea, medula óssea, pulmão, etc
- Gestão de listas de espera para transplantação
- Escolha do par dador-receptor em transplante renal
- Tipagens tecidulares de doentes e grupos de doentes para estudos da associação HLA doença;
- Estudos imunogenéticos aplicados à transplantação e transfusão
- Estudos HLA-doença; imunogenética da inflamação e da infecção
- Investigação na área da imunogenética, biologia celular e tecidular para o transplante; DNA - descoberta de alelos novos
- Culturas de células e tecidos
- Arquivo biológico da transplantação; actualização e controlo do arquivo de doentes da Zona Norte, que aguardam transplantação e já transplantados;
- Criopreservação de soros, DNA, células e tecidos
- Genotipagem de microssatélites, SNPs e sequenciação de DNA
- Brigadas de recolha de Dadores de Medula óssea
- Estudos de famílias para transplantação
- Estudos de famílias para HLA-doença (Genética das doenças autoimunes, doenças reumáticas, osteoporose, hemocromatose, esclerose múltipla, diabetes, doença celíaca, doenças hepáticas, doenças pulmonares,etc)
- Banco Genómico europeu para as famílias com espondilite anquilosante e artrite reumatóide (EUROAS Genomic Bank)
- Estudos de Paternidade
- Análises Clínicas
- Investigação na área da transplantação e medicina regenerativa
- Provas de compatibilidade dador/receptor no âmbito das terapêuticas com leucócitos e plaquetas tipadas HLA.
- Educação para a saúde na área do transplante.
Articula-se a nível nacional e internacional com hospitais, unidades de doentes e registos de dadores para transplante.





O CHN é também a entidade da zona norte responsável pela gestão de Dadores de Medula Óssea (CEDACE), procedendo à recepção, selecção, colheita e tipagem de dadores voluntários que se apresentam no CHN, ou pela realização de brigadas de recolha no exterior.

O CEDACE é um registo informático onde ficam em arquivo os dados dos dadores, bem como as suas características celulares, por forma a que possa ser feita a comparação destas com as dos doentes que necessitam de um transplante de medula. CEDACE significa: Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão. Este registo foi criado em 1995, embora na zona Norte este registo só tenha surgido em 2003, contando só nesta zona com 70 000 dadores inscritos. O trabalho do CEDACE está integrado no "Bone Marrow Donors Worlwide" (BMDW), um registo internacional que conta com 14 milhões de dadores.

A Medula Óssea é a fábrica do sangue e situa-se no interior dos ossos. É lá que se produzem os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos e as plaquetas. Há doentes que têm a sua fábrica do sangue tão doente que precisam de a substituir por outra, precisando assim de fazer um transplante de medula.
Foi necessário criar este Registo, dada a dificuldade de se encontrarem duas pessoas iguais nas suas características tecidulares (totalmente compatíveis) e só um grande movimento de solidariedade pode permitir ajudar os doentes que necessitam de transplantação de medula, desde crianças a adultos. Estes doente são afectados por leucemias, imunodeficiências primárias (deficiências da Resposta Imunitária), anemias congénitas, etc..


Em média o CEDACE possibilita realizar 2 a 3 transplantes de medula por mês, entre dadores não relacionados (não pertencentes à mesma família).
O CEDACE possibilita ainda uma maior eficácia e rapidez de resposta não só para os doentes nacionais como também para internacionais, sendo esta cooperação entre a população de todo o mundo muito importante para se salvarem muita vidas.
Num artigo seguinte a publicar aqui no blogue será explicado em detalhe todo o processo desde a inscrição como dador até à recolha de medula óssea que possibilite a realização de um transplante.
O CHN é ainda responsável pena manutenção do LUSOCORD que é um BANCO PÚBLICO DE SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL, de âmbito nacional, que recebe as dádivas de sangue do cordão umbilical (SCU) de todas as mães que o queiram doar para uso em transplantação e investigação.

 

Laboratório de Genética Molecular
 
Os Centros de Histocompatibilidade do Norte, do Centro e do Sul estão integrados nas Administrações Regionais de Saúde, IP do Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo, respectivamente. Articulam-se funcionalmente a nível nacional, mantendo os transplantes, a designação comum de Lusotransplante.
Ficámos a partir dos esclarecimentos do Dr. João Mota com o conhecimento de que não tem que haver ma total compatibilidade entre o dador e o receptor por exemplo no transplante hepático ou renal, que são os mais frequentes, daí exista uma maior facilidade em encontrar um dador relativamente a um dador de medula.
 
Os Centros de Histocompatibilidade dispõem de laboratórios com óptimas condições e nada inferiores aos encontrados noutros países, a nível de alta tecnologia, o que pudemos verificar durante a nossa visita às instalações. Ainda assim, estes são dotados de autonomia técnica, científica, administrativa e financeira, constituindo assim organismos independentes.
 

Laboratório de Serologia HLA
 
O Centro de Histocompatibilidade do Norte está Acreditado pela European Federation for Immunogenetics desde 2002 e possui Certificação de Qualidade ISO 9001:2000 desde 2005.

O CHN tem também um protocolo de colaboração com a Associação Portuguesa Contra a Leucemia, a qual tem patrocinado equipamento e tipagens de dadores de medula óssea.



Laboratório de Genética Molecular
 
No Centro trabalham profissionais especializados em diferentes áreas - Medicina, Farmácia, Psicologia, Técnicas Laboratoriais, Biologia e Bioquímica, por exemplo.
 
Nas instalações verificámos que o Centro dispõe de consultórios, salas de colheita, sala de espera, um auditório, laboratórios de Genética Molecular e Serologia, Citometria de Fluxo, um espaço destinado ao LUSOCORD, um pequeno bar e a recepção.
 

Pormenor da capa de um dos cd's

Foi-nos ainda disponibilizado material que será uma fonte de informação como folhetos informativos e dois cd's interactivos entitulados  «Medula: A Fábrica da Vida», que abordaremos com maior detalhe numa fase posterior.
 
Agradecemos sobretudo a disponibilidade do Dr. João Mota que nos acompanhou e esclareceu nesta visita :)
 
Verónica Cabreira, 21 de Dezembro de 2009

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Processo dador/receptor - Transplante de Medula

Só nos primeiros 6 meses de 2009, o centro nacional de dadores de medula óssea já assegurou a realização de 25 transplantes. Este acto médico permite a um dador salvar a vida de um doente e está protegido pelo anonimato. É a única forma de controlar os laços afectivos criados por uma gratidão sem limite.



in Vídeos RTP - Reportagem de 02.07.2009
Verónica Cabreira, 17 de Dezembro de 2009

Unidades de Transplantação em Portugal

Todas as unidades estão localizadas em hospitais públicos. Nenhum destes hospitais possui unidades de transplante para todos os órgãos e tecidos devido aos elevados custos com a actividade e ao elevado nível de especialização exigido aos profissionais de saúde.

Unidades de Transplante de Órgãos

Transplante Cardíaco
Hospitais da Universidade de Coimbra - Unidade de Transplantação Cardíaca

Hospital de Santa Cruz - Unidade de Transplantação Cardíaca

Hospital de Santa Marta - Unidade de Transplantação Cardíaca

Hospital de São João - Unidade de Transplantação Cardíaca

Transplante Hepático
Hospitais da Universidade de Coimbra - Unidade de Transplantação Hepática

Hospital de Curry Cabral - Unidade de Transplantação Hepática

Hospital Geral de Santo António - Unidade de Transplantação Hepática


Transplante de Pâncreas
Hospital Geral de Santo António - Unidade de Transplantação de Pâncreas

Transplante Pulmonar
Hospital de Santa Marta - Unidade de Transplantação Pulmonar

Transplante Renal
Hospital Geral de Santo António - Unidade de Transplantação Renal

Hospital de São João - Unidade de Transplantação Renal

Hospitais da Universidade de Coimbra - Unidade de Transplantação Renal

Hospital de Curry Cabral - Unidade de Transplantação Renal

Hospital Garcia de Orta - Unidade Transplantação Renal
Hospital de Santa Maria - Unidade Transplantação Renal

Hospital de Santa Cruz - Unidade Transplantação Renal



Unidades de Transplante ou Aplicação de Tecidos e Células

Unidades de Transplante de Córnea
Centro Hospitalar de Lisboa Central - Hospital de São José - Unidade de Transplantação de Córnea
Centro Hospitalar de Lisboa Central - Hospital Santo António dos Capuchos - Unidade de Transplantação de Córnea
Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia - Unidade de Transplantação de Córnea
Centro Oftalmológico de Lisboa - Unidade de Transplantação de Córnea
Hospitais da Universidade de Coimbra - Unidade de Transplantação de Córnea
Hospital de Egas Moniz - Unidade de Transplantação de Córnea
Hospital de Santa Maria - Unidade de Transplantação de Córnea
Hospital de São Sebastião - Unidade de Transplantação de Córnea
Hospital Divino Espírito Santo - Ponta Delgada - Unidade de Transplantação de Córnea
Hospital Geral de Santo António - Unidade de Transplantação de Córnea
Hospital Senhora da Oliveira – Guimarães - Unidade de Transplantação de Córnea - Serviço de Oftalmologia
Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto - Unidade de Transplantação de Córnea
Unidade Local de Saúde Matosinhos - Unidade de Transplantação de Córnea

Transplante de Medula
Centro Hospitalar de Lisboa Central - Hospital Santo António dos Capuchos - Unidade de Transplantação de Medula
Hospitais da Universidade de Coimbra - Unidade de Transplantação de Medula
Hospital de Santa Maria­ - Unidade de Transplantação de Medula
Hospital de São João - Unidade de Transplantação de Medula
Instituto Português de Oncologia de Lisboa - Unidade de Transplantação de Medula
Instituto Português de Oncologia do Porto - Unidade de Transplantação de Medula

Verónica Cabreira, 17 de Dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Visita à Rádio Onda Viva



Hoje, durante a tarde, visitamos a rádio Onda Viva. Tínhamos como objectivo pedir o apoio desta rádio local para a divulgação da campanha de recolha de sangue que iremos organizar no dia 26 de Fevereiro de 2010, na nossa escola (ESEQ), em colaboração com o Instituto Português do Sangue, Associação Humanitária de Dadores de Sangue da Póvoa de Varzim e grupo A. Fomos muito bem recebidos e desde logo aceitaram o nosso pedido.

Estamos assim muito agradecidos à Rádio Onda Viva.

Sónia Moreira, 15 de Dezembro de 2009

domingo, 13 de dezembro de 2009

Transplante renal em dominó juntou catorze pessoas

Tu precisas de um rim, o meu não dá para ti, mas pode dar para outro que conheça alguém com um rim que sirva para ti, quem sabe? Aconteceu em Julho, nos EUA, o maior transplante em dominó de sempre: envolveu 14 pessoas.


Na base de tudo estiveram duas coisas: a solidariedade e sete pessoas com graves doenças renais. Seis delas afro-americanas, condição que, geneticamente, os atirava para uma maior probabilidade de rejeição dos órgãos que recebessem. E cinco delas tinham um irmão, uma irmã, um primo, um marido ou um amigo dispostos a tirá-los de vez do calvário da hemodiálise. Mas não podiam, por incompatibilidade.

A equipa de Keith Melancon, director do serviço de transplante de rins e pâncreas do Hospital Universitário de Georgetowm, em Washington conseguiu cruzá-los e juntá-los a dois dadores altruístas e a dois receptores sem candidatos a doação, numa rede apelidada de "transplante em dominó", agregando pessoas mais compatíveis. Já o tinha feito previamente, mas nunca em tão larga escala.

Mas, tratando-se de afro-americanos - população em maior risco de desenvolver doença renal e anticorpos que levam à rejeição do órgão -, recorreu à técnica que tem vindo a desenvolver há um ano: a plasmaferese. Trata-se de filtrar o plasma do receptor, para reduzir ao máximo os anticorpos.

A rede começou a "tecer-se" no dia 16 de Julho. Jordan, dador altruísta, separou-se de um rim para beneficiar Elizabeth. No dia seguinte, Domenick recebeu o rim de Craig e Oluremi o de Linda, outra dadora altruísta. A 20 de Julho, era a vez de Larry, marido de Elizabeth, doar um rim a Dachia, enquanto Terry fazia o mesmo a Lori. Por fim, a 21, Jacqueline (irmã de Terry) recebia um rim de Bryan (irmão de Dachia) e Elaine (amiga de Craig) era ajudada por Shawn (primo de Domenick). Para Lori e Jacqueline, foi a terceira tentativa.

Confuso? Não. "Conseguimos verdadeiramente ver o melhor lado da humanidade, homens a ajudar homens. É realmente bonito", resume Keith Melancon, que já só tem um paciente internado. "Acho que isto é algo que nunca teríamos tentado há uns anos atrás, porque teríamos julgado que estas incompatibilidades eram inultrapassáveis", admite Jimmy Light, director do serviço de transplantes do Centro Hospitalar de Washington, que se associou ao de Georgetown para a iniciativa. "Mas agora sabemos que estas coisas são possíveis e, agora, virtualmente qualquer pessoa que traga um dador vivo pode ter um transplante".
"Dada a prevalência de factores de risco para doença renal na comunidade afro-americana, é extremamente difícil para alguém encontrar um dador com suficiente compatibilidade que se queira ou possa sujeitar" a uma doação de órgãos, garante Keith Melancon. Só a área de Washington DC tem diariamente seis mil pessoas em diálise e é palco de 200 a 250 transplantes por ano. "Se chegarem a nós com um dador voluntário, podemos usar a plasmaferese para compatibilizá-los com outra pessoa que apresente uma maior compatibilidade". E, assim, duplicar o número de transplantes anuais.


Transplante dominó envolvendo pulmão e coração

É que, das cerca de 80 mil pessoas à espera de um rim nos EUA, 36% são afro-americanos. Mas estes só conseguem receber 15% dos rins de dadores vivos disponíveis, por força das incompatibilidades. Para lá de ser de registar pela sua amplitude, o transplante em dominó realizado em Washington abre, assim, caminho à redução das disparidades raciais.

in edição on-line do Jornal de Notícias de 9 de Agosto de 2009
Vanda Craveiro, 13 de Dezembro de 2009

sábado, 12 de dezembro de 2009

Ser dador em vida

Quem pode doar órgãos em vida?

A nova lei (Lei n.º 22/2007, de 29 de Junho) permite que qualquer pessoa, como cônjuges ou amigos, seja dador de órgãos em vida, independentemente de haver relação de consanguinidade.



Doação de rins

A doação em vida de rins é a mais comum. Como o corpo tem dois rins e pode funcionar só com um, em regra um membro da família do doente pode doar o seu rim.

Doação de medula óssea

Não se trata de uma transplantação de órgãos, mas sim de células que se regeneram. Por razões de compatibilidade, a maioria dos dadores de medula óssea é constituída pelos irmãos do doente. Existe inclusive em Portugal um Registo de Dadores Voluntários de Medula Óssea - CEDACE.

Fígado e tecido pulmonar

São feitos também transplantes de fracções de fígado e tecido pulmonar provenientes de dadores vivos. Por exemplo: um fígado de um dador vivo recupera o seu tamanho normal ao fim de dois ou três meses mesmo quando lhe é extirpado oitenta por cento do seu volume.

A principal vantagem é que um órgão de um dador vivo é transplantado minutos depois de ter sido extirpado, o que se torna uma vantagem visto que certos órgãos sobrevivem poucas horas fora do corpo humano. Doar órgãos em vida é muito importante e permite salvar muitas vidas porque facilita na procura por um órgão compatível.

Verónica Cabreira, 12 de Dezembro de 2009

sábado, 28 de novembro de 2009

Xenotransplantes

Pesquisadores de Munique (Alemanha) divulgaram na revista Transplantation que tinham criado porcos geneticamente modificados. Esses porcos poderiam, num futuro não muito longínquo, produzir órgãos que gerariam menos rejeição ao serem transplantados para seres humanos. Este tipo de transplante é denominado Xenotransplante (transplante de órgãos entre diferentes espécies).



Ao transplante entre dois membros, embora geneticamente distintos, pertencentes à mesma espécie chama-se alotransplante. Nos humanos o alotransplante apresenta um papel clínico muito importante, principalmente envolvendo órgãos como rins, coração, medula óssea e fígado. Os alotransplantes trouxeram benefícios significativos aos doentes quer pelo aumento da esperança de vida, quer pelo melhoramento da mesma. Na verdade, o sucesso foi tal que provocou um fosso entre a procura da transplantação e a escassez de órgãos e tecidos humanos. Deste modo, foram elaboradas diversas campanhas de sensibilização à doação de órgãos. No entanto, não foram suficientes para aumentar o número de dadores.


O xenotransplante é uma opção alternativa para reduzir a escassez de órgãos e tecidos humanos. Contudo o xenotransplante trouxe muitos problemas éticos, clínicos e legais.


Um dos problemas clínicos que surgiram foi o facto de os doentes que receberam xenotransplantes terem morrido num curto espaço de tempo. Médicos investigadores descobriram que a causa principal é o sistema imunitário dos receptores que rejeitava o tecido doado, ou seja, os anticorpos do receptor que reagem contra as infecções reagem também contra os órgãos ou tecidos transplantados. A rejeição do tecido estranho, a qual começa minutos ou algumas horas após a cirurgia, destrói os capilares dos órgãos transplantados, provocando hemorragias. Apesar deste fenómeno representar uma barreira para os xenotransplantes, recentes descobertas indicam que os cientistas estão bem encaminhados para ultrapassá-la.


Actualmente, admite-se que uma das formas de evitar a rejeição, será alterar o sistema imunitário do receptor de forma que o seu organismo não possa destruir o tecido transplantado.


Com os xenotransplantes os custos são ainda maiores do que nos alotrasplantes e as taxas de sucesso são, actualmente, aproximadamente zero. Como é óbvio a taxa de insucesso deve-se ao facto de esta técnica ainda não estar completamente desenvolvida.


Os xenotransplantes trazem outro risco que é o aparecimento de novas doenças. Existem muitas doenças que os animais (neste caso os utilizados nos xenotransplantes) podem transmitir aos humanos e que são desconhecidas pelo Homem. No organismos dos animais há bactérias e vírus que estabelecem entre si relações de simbiose. Para estes animais, eles não representam doenças, pois esses parasitas ali evoluíram e encontraram o seu equilíbrio. Porém, quando esses parasitas entram em contacto com o organismo humano e encontram nesse novo hospedeiro uma nova possibilidade de colonização, novas doenças podem surgir. O prazo de quarentena seria necessário para os pacientes, suas famílias e equipas médicas. Da mesma forma, os animais usados para o transplante necessitariam de maior observação para o possível aparecimento de novos agentes patogénicos. Todos estes factores implicariam elevados gastos financeiros.

Desde logo, neste tipo de tecnologias coloca-se a questão ética de saber até que ponto é legítimo ao homem utilizar animais em benefício próprio. Existe uma corrente que defende a não utilização de animais uma vez que qualquer animal, racional ou não, tem o direito de viver livre de dor, sofrimento e seguir o seu próprio interesse. Do outro lado, estão os defensores da utilização, uma vez que os seres humanos já matam animais para comer e usam as suas peles e outros produtos em seu beneficio, pelo que esta nova utilização não traz novas implicações éticas.



A tendência actual é a utilização de porcos transgénicos como dadores pois é mais dificilmente aceitável sacrificar um primata, um animal mais parecido com o homem, do que utilizar um animal já tradicionalmente utilizado para satisfazer as necessidades humanas.

Se os xenotransplantes se tornarem bem sucedidos abrirão oportunidades de vida prolongada a muitos pacientes com doenças terminais. Em contrapartida, um elevado número de animais teria que ser sacrificado. O impacto seria particularmente crucial se as espécies em questão, estivessem em perigo de extinção.



Sónia Moreira, 28 de Novembro de 2009

Reunião de grupo

Olá !
Ontem à tarde o nosso grupo esteve reunido para organizar várias tarefas relativas às nossas próximas actividades.
A visita ao Centro de Histocompatibilidade do Norte ficou agendada para o dia 18 de Dezembro, ficamos muito felizes por esta oportunidade e agradecemos desde já a atenção do Dr. João Mota do CEDACE.
Além disso, contactamos por via telefónica a Dra. Leonor Airosa do IPS para alterar o horário da campanha de recolha de sangue que se irá realizar dia 26 de Fevereiro. Agradecemos ainda ao IPS o facto de nos disponibilizar material para a divulgação da campanha. Na sequência desse contacto, iniciámos a redacção de uma carta dirigida ao Conselho Directivo da escola a solicitar a sua aprovação e colaboração com a campanha, que iremos organizar em conjunto com o Grupo A.

Pavilhão do Centro de Histocompatibilidade do Norte

Por fim, começámos a estruturar a apresentação oral do nosso projecto à turma, em termos estéticos e de conteúdo. Resumindo, foi uma tarde bem produtiva ;)

Verónica Cabreira, 28 de Novembro de 2009

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Novo Logótipo

Olá,
Depois de várias tentativas conseguimos finalmente criar um logótipo à nossa medida!
Como tal, o logótipo inicial fica sem efeito.


Antes...



Depois...


Esta imagem representa a ligação entre o dador e o receptor. O coração e a cor vermelha utilizada no logótipo simbolizam a vida, mais precisamente um acto de solidariedade, por parte do dador, que permite ao receptor continuar a viver.
O laço verde é o simbolo do apelo à doação de órgãos, pelo que está na zona do coração do dador, realçando a importância do seu gesto - "doar um pouco de vida".


Esperamos que gostem do novo logótipo! ;-)


26 de Novembro de 2009

domingo, 22 de novembro de 2009

Uma simples conversa pode fazer a diferença!




Existe um momento que enche de alegria os corações de muitos: é o nascer de novo. A oportunidade de recomeçar a vida, quando as esperanças já são poucas, é o maior presente que alguém pode receber. E existem pessoas que precisam muito deste presente.

 

Tem nas suas mãos a oportunidade de salvar vidas!


Não deixe que ela escape… avise a sua família de que quer ser dador.









Sónia Moreira, 22 de Novembro de 2009

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Curry Cabral comemora hoje o seu milésimo transplante hepático

O centro de transplantação do Hospital Curry Cabral comemora hoje o seu milésimo transplante hepático, com dois dias das V Jornadas do Centro Hepato-Bilio-Pancreático e Transplantação do Hospital Curry Cabral, em que participam alguns dos mais reputados especialistas da hepatologia nacional e internacional, nomeadamente Roy Calne e Henry Bismuth, destacados por Barroso como "dois dos maiores vultos da cirurgia do fígado a nível mundial" e doentes, que irão partilhar o seu testemunho até ao dia de amanhã.
As jornadas decorrem na Fundação Calouste Gulbenkian e reúnem personalidades nacionais e estrangeiras ligadas à Saúde tais como o Primeiro-Ministro e a Ministra da Saúde, Ana Jorge.
Contactado no dia de hoje pela Agência Lusa para comentar a comemoração, Manuel Delgado manifestou "orgulho" nos mil transplantes hepáticos realizados pela unidade, que a colocam como referência na Europa.
As explicações para o sucesso assentam em duas razões, segundo o responsável: "liderança e motivação" e as remunerações atribuídas aos profissionais por cada transplante realizado.

O responsável elogiou ainda a "personalidade do doutor Eduardo Barroso (responsável pelo centro de transplantação), que consegue mobilizar as pessoas para o projecto, fazer transplantes e atender pacientes e a equipa, a qualquer hora do dia ou da noite".

O Curry Cabral chega a fazer quatro a cinco transplantes por semana. Com disponibilidade de mais órgãos, o hospital "podia fazer mais transplantes, embora tivesse a limitação" logística do internamento.
Os órgãos utilizados no Curry Cabral são quase sempre colhidos nos hospitais de Coimbra, Porto e São José (Lisboa), explicou Manuel Delgado, lembrando que quem faz a colheita não pode ser transplantador, por motivos éticos.
Este número faz do Centro Hepato-Bilio-Pancreático e Transplantação do Hospital Curry Cabral o mais relevante da Europa num tipo de intervenções de grande importância no panorama da saúde.
Portugal ocupa, desde 2008, o primeiro lugar do mundo na realização de transplantes de fígado. Detém, ainda, o segundo lugar no ranking europeu de dadores de órgãos por milhão de habitantes na Europa, logo a seguir à Espanha.
Para esta posição no ranking europeu, muito contribuiu a reestruturação do sistema de transplantação e a forte aposta na implementação da rede de colheita de órgãos, iniciada pelo Governo na legislatura anterior.

"Trabalhamos muito bem e com muita dedicação. Para além disso, temos em Portugal a maior taxa de doação da Europa, cerca de 27 órgãos por milhão de habitante", refere Eduardo Barroso, médico cirurgião e responsável pelos transplantes hepáticos em Portugal (à direita, na imagem), justificando os bons resultados do centro que dirige. Só no ano passado, foram ali realizados 140 transplantes.
O governo comunicou hoje no âmbito das comemorações, a intenção de transformar o Hospital Curry Cabral, em Lisboa, numa entidade pública empresarial, assegurando que o hospital vai passar a dispor de mais autonomia, nomeadamente, em termos de gestão.

Após este anúncio o médico Eduardo Barroso mostrou-se insatisfeito com as novidades também no Centro que dirige naquela unidade. Eduardo Barroso não gostou de ouvir Ana Jorge falar sobre o futuro Centro de Responsabilidade Integrado, dedicado à área da transplantação em Portugal. Eduardo Barroso diz que foi apanhado de surpresa e espera por esclarecimentos adicionais para tomar decisões.
Clique aqui para ouvir o anúncio proferido por Ana Jorge

Fontes de informação: Agência Lusa, Jornal "O Público", RTP e Antena 1.
Notícias de 20 de Novembro de 2009

Como é de esperar esta é uma meta da qual Portugal se deve orgulhar e deve ainda ser um incentivo à valorização das áreas de transplantação em todos os hospitais que realizam transplantes em Portugal.

Verónica Cabreira, 20 de Novembro de 2009

Portugal na liderança da colheita e transplante de órgãos



Portugal está entre os melhores da Europa na colheita e no transplante de órgãos. Nos últimos três anos, o país registou avanços notáveis ao nível da colheita e hoje é apontado como "uma história única de sucesso".

A Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação (ASST) há muito que estabeleceu a meta para 2009: atingir os 30 dadores por milhão de habitante. Uma fasquia tida com o intransponível, há três anos, fruto da estagnação que durante uma década tolheu o crescimento do transplante em Portugal, mas hoje praticamente cumprida face ao balanço do primeiro semestre.
(...)
"A transplantação esteve estagnada durante praticamente dez anos", explicou a coordenadora da ASST. (...)
Das 20 colheitas por milhão de habitante, Portugal passou para as 24, depois para as 27, para chegar às 30, este ano. "Somos hoje uma história de sucesso única na Europa", congratula-se Maria João Aguiar, que imputa a boa prestação de Portugal ao facto do trabalho da reorganização das colheitas e dos transplantes ter sido entregue a técnicos, dos que verdadeiramente conhecem o terreno. "Raras vezes se conseguiu que fosse dada a oportunidade aos técnicos que conhecem os problemas", disse.
Nos programas de rim, por exemplo, Portugal ultrapassou os 500 transplantes anuais. Não dá para ter um impacto nas listas de espera, mas serve para "contrabalançar a quantidade de novos doentes que todos os anos engrossam a espera".
Também o transplante hepático registou um "crescimento extraordinário", não só pela maior quantidade de órgãos disponíveis, fruto da maior eficiência da colheita, mas sobretudo graças "à ginástica das equipas médicas", reconhece a médica. Hélder Trindade, coordenador do Centro de Histocompatibilidade do Sul, destacou ao JN a "evolução muito favorável" das colheitas e dos transplantes em Portugal, ainda mais quando o número de dadores cadáveres politraumatizados tem vindo a diminuir. "As listas de espera têm estado estáveis, nalguns casos até têm diminuído", nota.
Expressão desta realidade é a comemoração do milésimo transplante do Centro de Transplantação Hepática do Hospital Curry Cabral, ontem e hoje, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
notícia com supressões, por Jornalista Maria Claúdia Monteiro, in edição on-line do Jornal de Notícias de 20 de Novembro de 2009
Vanda Craveiro, 20 de Novembro de 2009

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Participação numa campanha de recolha de sangue

Na passada sexta-feira como informamos num dos artigos anteriores visitámos uma campanha de recolha de sangue na Escola EB1 do Século na Póvoa de Varzim, campanha essa organizada pela Associação Humanitária de Dadores da Póvoa de Varzim.
Adorámos a experiência que classificamos de muito positiva. Para além de termos acompanhado todas as etapas pelas quais os dadores passam até doarem sangue, tomamos conhecimento dos requisitos necessários para se ser dador, que são muito mais específicos do que é informado no geral.
Mais importante ainda, conseguimos recolher imagens da campanha e realizar entrevistas a dadores, que foram muito receptivos tanto à doação de sangue como também à colaboração com o nosso projecto. (Alguns deles até se comprometeram a dar sangue na campanha que vamos organizar na nossa escola!!)
Compreendemos realmente que para os dadores, dar sangue era fundamental e que os fazia sentir bem saber que com o seu gesto estavam a ajudar muitas pessoas em graves situações de saúde.
Foi ainda uma campanha essencial para nós porque contactamos com os enfermeiros do Instituto Português do Sangue e conhecemos o Presidente da Associação de Dadores referida, o Sr. Vítor Correia, que se mostrou disponível para colaborar connosco na campanha que iremos organizar e ainda nos concedeu informações bastante úteis acerca da doação de sangue, que aliás nos confidenciou ser o que lhe dá mais gosto fazer na vida e ser a sua principal ocupação. A toda a gente que se mostrou receptivo a colaborar connosco o nosso muito obrigada :)
Foi sem dúvida uma grande experiência, na qual sentimos que pudemos participar e também porque saímos de lá com um sorriso nos lábios e um sentimento de enorme satisfação por termos cumprido os nossos objectivos para esta actividade ;)

As imagens foram recolhidas por nós no dia da campanha.











 
Verónica
19 de Novembro de 2009

domingo, 15 de novembro de 2009

Bancos privados já têm mais de 60 mil amostras de células estaminais

É como um seguro: faz-se na esperança de nunca ser preciso. Em Portugal, em apenas seis anos, os bancos privados e público já têm congeladas cerca de 61 mil amostras de células estaminais de sangue do cordão umbilical.

A esmagadora maioria preferiu investir cerca de 1200 euros para acautelar a possibilidade, estatisticamente improvável, de as células estaminais do sangue do cordão umbilical virem a ser necessárias. Porque tratando-se da saúde do filho, não querem arriscar. Outros - ainda poucos - doam generosamente as preciosas células. Para aumentar as probabilidades de cura de qualquer pessoa que delas precise para viver.

Em poucos anos, as células estaminais passaram do (quase) absoluto desconhecimento a uma prioridade nas listas de preocupações de muitos pais. Desde 2003, ano em que a primeira empresa começou a operar em Portugal recorrendo a um laboratório em Bruxelas (a Crioestaminal), até 2009, que marcou o arranque do primeiro banco público, o crescimento tem sido enorme.

De acordo com informações recolhidas pelo JN junto de quatro das principais empresas do sector - Bebé Vida, Bioteca, Crioestaminal e Criovida -, as amostras de sangue do cordão umbilical congeladas (crioconservadas) em bancos privados ascendem a mais de 60 mil.

O Banco Público de Sangue do Cordão Umbilical (LusoCord), em funcionamento desde Junho no Porto, tem cerca de 500 amostras crioconservadas, número que deverá crescer para 800 nas próximas semanas, dado que foram recentemente entregues 300 kits para recolha do sangue do cordão umbilical, de acordo com a directora, Helena Alves.

Os procedimentos para pedir o kit, fazer a recolha e enviar para o laboratório são semelhantes no público e no privado. O sangue do cordão umbilical, que contém as células estaminais, só é recolhido se os futuros pais o solicitarem. Caso contrário, e não obstante o seu valor terapêutico, vai para o lixo. O investigador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (Universidade do Porto) Mário Sousa, defensor de um banco público desde a década de 90, considera necessário um programa nacional para sensibilizar os pais para a necessidade da doação deste material e, também, para implementar procedimentos de rotina nos hospitais para que, quando haja consentimento informado prévio dos progenitores, se realize um número mais elevado de colheitas para o banco público.

Ao contrário do que acontece nas empresas privadas, o serviço de crioconservação do banco público é gratuito, mas não oferece qualquer garantia de que o doador tenha as suas células disponíveis se vier a precisar. Nos privados, a amostra só é utilizada pelo dador ou respectiva família.

Contudo, como a taxa de utilização oscila entre 1 e 3%, caso um doente precise de recorrer à sua própria amostra, "o mais provável é que estivesse guardada" no banco público, assegura Helena Alves.

"Os bancos públicos têm como único objectivo tratar doentes", sublinha, acrescentando que o tratamento "faz-se em rede mundial". Isto significa que todos os bancos públicos "disponibilizam as amostras para os doentes, seja qual for a sua nacionalidade, raça ou credo". De acordo com directora do LusoCord, que cita dados oficiais, entre os mais de 20 mil transplantados com células do cordão umbilical, há já portugueses.

Uma das questões mais relevantes na crioconservação de células estaminais é saber durante quantos anos se mantêm viáveis, isto é, em condições de serem transplantadas com êxito. Os contratos celebrados com os bancos privados geralmente prevêem períodos de 20 a 25 anos, com possibilidade de renovação.

Como os primeiros transplantes com células do cordão umbilical foram feitos há pouco mais de uma década, ainda há mais perguntas do que certezas. Agostinho Almeida Santos, catedrático da Faculdade de Medicina de Coimbra, não tem dúvidas de que a medicina regenerativa se tornará rotineira num futuro próximo, mas sublinha que "não há quaisquer garantias" quanto ao ao prazo em que se mantêm viáveis.




O que são células estaminais?

São células indiferenciadas, que podem dar origem a todo o tipo de células do nosso organismo. Além de poderem diferenciar-se, estas células têm capacidade de auto-renovação e de multiplicação. As células estaminais existem no embrião, no cordão umbilical dos recém-nascidos e também nos indivíduos adultos, em vários tecidos e órgãos. As que têm maior capacidade de diferenciação, renovação e multiplicação (pluripotentes) são as embrionárias, seguindo-se as do sangue do cordão umbilical, recolhidas aquando do nascimento, sem prejuízo para a mãe ou para o bebé. As da medula óssea, embora tenham menos capacidade de diferenciação, também são muito usadas para tratamento de diversas patologias.

Probabilidade de ser preciso é baixíssima

Calcula-se em 0,5% a probabilidade de alguém vir a sofrer de leucemia ou outra doença tratável com transplante de células estaminais. Considerando outras variáveis (como a amostra ser compatível e estar guardada), a probabilidade de uma pessoa vir a precisar das suas próprias células é inferior a 0,1%, de acordo com Helena Alves, directora do LusoCord. Quanto à probabilidade de se encontrar uma amostra compatível na rede mundial, embora também seja baixa, aumenta à medida que as dádivas crescem. Actualmente, há 400 mil amostras em bancos públicos.

por Jornalista Helena Norte, in edição on-line do Jornal de Notícias de 15 de Novembro de 2009

Vanda Craveiro, 15 de Novembro de 2009