quarta-feira, 23 de junho de 2010

Cientistas aproximam-se da criação de fígados artificiais

Uma equipa de cientistas norte-americanos acredita estar mais perto de criar fígados artificiais.
A entrevista com o médico Rui Tato Marinho, que é apresentada a seguir, é bastante esclarecedora acerca da experiência realizada mas também um olhar sobre a transplantação hepática e sobre as doenças do fígado em particular.



Fonte: RTP Notícias
Verónica Cabreira, 23 de Junho de 2010

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Transplante de medula óssea cura distúrbio mental nos ratos

Um transplante de medula óssea é a cura para os ratos que arrancam o seu próprio pêlo de forma compulsiva até fazerem feridas. Isto demonstra, pela primeira vez, a relação entre uma doença mental e as células do sistema imunitários, asseguram os autores do estudo, que abre portas a novos tratamentos psiquiátricos.


 
“Mostramos que existe uma relação directa entre um distúrbio psiquiátrico e o sistema imunitário, especificamente nas células microgliais, que se originam na medula óssea e estão localizadas no cérebro”, explica Mario Capecchi, premio Nobel e catedrático de Genética Humana da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, que acrescenta: “Existia a hipótese mas até agora não se tinha comprovado uma relação directa”.

A descoberta, publicada na Cell, será fonte de inspiração de novas terapêuticas para as doenças mentais baseadas na imunologia.

A equipa do investigador galardoado demonstrou que o distúrbio nos ratos, idêntico à Tricotilomania (doença mental caracterizada por arrancar cabelos sem fins estéticos), é causado por uma mutação de um gene que dá lugar às células microgliais defeituosas.

Estas células, algumas produzidas no cérebro e outras migram do sangue à cabeça, defendem o cérebro e a medula espinal de agentes infecciosos. Nos humanos, sete estudos de âmbito internacional indicam uma prevalência do distúrbio em 1,9 a 2,5 por cento da população.

Na investigação transplantou-se medula óssea de ratos normais para dez ratos com o gene mutado. Passados poucos meses, todos os animais transplantados mostraram um comportamento normal; quatro deles recuperaram completamente e dos restantes melhoraram significantemente.

“Muitos pensarão que é surpreendente o facto de a medula óssea poder corrigir um distúrbio de comportamento”, afirmou Capecchi. “No entanto, não proponho que façamos transplantes de medula óssea para qualquer problema psiquiátrico. São caros e os riscos tão elevados que normalmente só se aplicam em casos de perigo de vida”.



Transplante vice-versa

Os investigadores realizaram ainda o transplante inverso − de ratos modelo da doença a ratos saudáveis, que começaram a arrancar pêlos de forma compulsiva e mais de metade morreram, pelo fracasso do transplante.

Estudos anteriores já tinham encontrado indícios da relação entre o sistema imunitário e os distúrbios mentais, mas não como causa e efeito. Por exemplo, sabe-se que muitos dos indivíduos que sofrem depressões têm o sistema imunitário a funcionar incorrectamente.

O cientista nobelizado acrescenta que já se descobriam genes que favorecem a depressão, a esquizofrenia, os distúrbios obsessivo-compulsivos, a doença bipolar e o autismo, que estão relacionados com o sistema imunitário.



Fonte de Informação: Ciência Hoje, em 1 de Junho de 2010
Vanda Craveiro, em 7 de Junho de 2010