domingo, 31 de janeiro de 2010

Duplo Transplante Inédito - Pulmão e rim

«A vida é apenas o eterno recomeço de acontecimentos, de circunstâncias e de situações para muitos de nós.»

Esta semana visitei o blogue de Jorge Silva e descobri a sua história, que decidi desde logo divulgar e assim passar o seu testemunho de esperança, que me pareceu único.

No seu blogue, Jorge introduz-se assim:
"Olá a todos, pretendo com este blog ser um um exemplo de esperança para aqueles que sofrem com doenças similares. Estou ainda disponivel para prestar qualquer esclarecimento relacionado com a fibrose quistica ou transplante pulmonar."

Claro está que depois de ler esta introdução procurei ler mais e encontrei este resumo feito por Jorge, que nos conta as etapas que antecederam o transplante:

"Doente de fibrose quística e de uma insuficiência renal que me obrigou a entrar em diálise em janeiro de 2002, parecia estar condenado a contar os dias de vida que me restavam. Seguido no hospital S. João e informado por este que havia um hospital na Corunha disposto a pegar no meu caso, sem hesitar aceitei deslocar-me lá em 11/2006. Entrei em lista em 02/2007 e a 3-10-2008 foi realizado o transplante duplo, bi-pulmonar e renal, inédito a nivel mundial por se realizar numa cirúrgia única."

Uma espera díficil para quem necessita urgentemente de um transplante, como é o caso de muitos doentes a quem é diagnosticada a doença genética: Fibrose Quística.
Pulmões, pâncreas e fígado são os órgãos mais afectados por esta doença, a ponto de o Jorge ter enfrentado infecções pulmonares sistemáticas e não conseguir estar mais de oito dias sem tomar antibióticos. E foi assim que o excesso de medicamentos lhe trouxe mais uma complicação: insuficiência renal. Sete anos antes do transplante começou a fazer diálise e a partir daí tudo ficou mais difícil.
Aos 22 anos quando foi internado pela primeira vez no Hospital de S. João, no Porto, os médicos deram-lhe meses de vida. Mas também uma esperança: fazer um duplo transplante na Corunha.
Querendo fugir à inevitabilidade de uma doença que tem uma esperança média de vida de 30 anos, Jorge e a esposa decidiram agarrar a oportunidae sem saberem que esta operação nunca tinha sido feita.
Chegaram à Corunha no dia 28 de Novembro de 2006. Jorge só seria operado a 3 de Outubro de 2008.
Mais do que a distância da família e a ansiedade da espera, o mais doloroso para Jorge foi a reanimação, os 52 dias que passou nos cuidados intensivos, entubado, sem falar e sem conseguir dormir.

Na fase inicial pós-transplante, existe risco de infecções e uma grande dose de imunossupressores para evitar uma rejeição dos órgãos, mas depois tudo volta ao normal, tanto quanto possível. Agora tem três rins, dois que não funcionam e um transplantado. E tem dois pulmões novos com o código genético do dador, o que os defenderá da fibrose quística.
No primeiro ano verificam-se as consultas sistemáticas no S. João e muitas idas à Corunha mas com apenas 38 anos e uma grande história para contar, Jorge gostava de voltar a trabalhar para se sentir útil à sociedade e para ajudar a família.
Agora é tempo de olhar para o futuro. Jorge Silva fez o primeiro duplo transplante pulmões-rins do mundo e tem razões para se sentir feliz.

Aqui fica o seu testemunho que é simultaneamente uma mensagem de esperança:
«Fui o exemplo de que nada é impossível. E aos olhos de outras pessoas com problemas similares sou um símbolo de esperança. Espero que vejam em mim uma luz, uma porta aberta»
«Após dois anos de luta, depois de tudo o que fiz a família passar, as montanhas que cruzei... sinto que sobrevivi e que rejuvenesci».

Pode também conferir abaixo a reportagem da RTP sobre este transplante inédito, que inclui uma entrevista a Jorge e o parecer de uma nefrologista do Hospital de S.João acerca dos riscos desta cirurgia:



Esperamos que todas as histórias semelhantes a esta possam ter um dia um final feliz como muitas que já conhecemos e que no futuro a oportunidade que muitos anseiam esteja disponível também no nosso país.
Muitas felicidades para o Jorge Silva, a Ana Filipa, a Sandra Campos e para todos os portugueses transplantados e ainda muita coragem para a Elisabete Bovião e muitos outros que ainda esperam por uma nova vida.


Verónica Cabreira, 31 de Janeiro de 2010

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Neurónios criados a partir de células da pele

Um estudo, publicado na revista «Nature», abre novas portas para que um dia seja possível retirar uma amostra da pele de um paciente para transformar células em tecido, para transplantes referentes a tratamento de doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, ou para a cura de lesões de coluna e muitas mais.


Irv Weissman, director do Instituto de Células Estaminais e Medicina Regenerativa, da Universidade de Stanford – onde a investigação foi desenvolvida –, descobriu o primeiro tecido de células estaminais e ajudou a desenvolver novos tratamentos, usa-as para formar sangue puro e células estaminais de músculos do coração, que poderão ser usadas para tratar doenças cardíacas e do sistema sanguíneo.

O investigador conseguiu, a partir de células comuns da pele de ratos, transformá-las em neurónios e, segundo o cientista, são “totalmente funcionais” e “podem fazer todas as coisas principais que os neurónios fazem no cérebro”.

O artigo refere que para a experiência apenas foram usados três genes, para transformar as células cutâneas directamente em neurónios a que deram o nome de "células neuronais induzidas".

Células-tronco

Contudo, Weissman admitiu a um diário norte-americano que foi um processo “de alto risco”, por “não ter a certeza se iria funcionar”. Até agora, os cientistas consideravam que era necessário fazer as células regredirem a um estado mais primitivo antes que elas pudessem mudar de direcção.

Um dos grandes focos da Medicina regenerativa tem sido as ‘células-tronco’ embrionárias humanas, que têm a capacidade de criar qualquer tipo de tecido do organismo, mas o uso é ainda restrito e polémico.

Já trabalhos anteriores de Weissman, em ratos, puderam ser repetidos em humanos numa questão de meses. Entretanto, a sua equipa já está a tentar fazer o mesmo com células humanas.

Fonte de Informação: Ciência Hoje - http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=39154&op=all
Vanda Craveiro, em 29 de Janeiro de 2010


quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O nosso Sistema Imunitário - O Sistema HLA

Este semana iniciámos na disciplina de Biologia, o estudo do Sistema Imunitário. Dada a interdisciplinaridade da Área de Projecto, resolvi abordar a temática da Imunologia neste artigo, visto ser fundamental à nossa sobrevivência e ainda mais quando se inclui a presença de um órgão estranho, no nosso organismo, dada a ocorrência de um transplante.

O nosso sistema imunitário é composto por células e moléculas que estabelecem entre si uma complexa rede de comunicações, as quais têm como fim permitir a nossa defesa contra a infecção por bactérias e por vírus.
Os leucócitos ou glóbulos brancos, têm um papel fundamental nestas defesas contra agentes infecciosos e são compostos por várias células entre as quais os linfócitos.




Fundamentalmente o nosso Sistema Imunitário reconhece tudo o que lhe é estranho e assim responde a agentes infecciosos, mas também responde aos tecidos ou órgãos de dadores geneticamente diferentes. Este tipo de transplantação é designada por transplantação alogénica, ou seja entre indivíduos duma mesma espécie, mas geneticamente diferentes. Essa resposta imunitária é feita contra antigénios de histocompatibilidade expressos nas células do enxerto, antigénios HLA, e pode ser mediada por anticorpos ou pelas células T.

O SISTEMA HLA

Cada um de nós tem uma individualidade biológica característica e muito particular.
Com o nosso património genético herdamos algumas características que são marcadores dessa individualidade. Essas características vão além das que são fisicamente identificáveis e manifestam-se também na superfície das nossas células do sangue. Entre elas temos os antigénios que se expressam à superfície dos eritrócitos, os grupos AB0, e também outros antigénios que se expressam na superfície dos nossos leucócitos (glóbulos brancos) e são conhecidos como antigénios HLA - “Human Leucocyte Antigens” ou seja, traduzindo para português: “Antigénios Leucocitários Humanos”.

Estas características antigénicas são pois transmitidas de pais para filhos e por isso herdamos de cada progenitor, um dos dois conjuntos destes antigénios, que cada um deles possui. Assim, cada um de nós fica também com dois conjuntos de antigénios que irá transmitir à geração seguinte.
Destes conjuntos (haplotipos) fazem parte entre outros, os antigénios que se designam como HLA A, B, DR e DQ. Assim cada um de nós terá dois antigénios de cada um dos mencionados, salvo nos casos em que os progenitores compartilhem um antigénio igual e assim o descendente terá apenas um deles.



Os antigénios HLA são importantes para que a nossa resposta imunitária seja eficaz contra as infecções e ainda na defesa contra doenças neoplásicas.
São as moléculas HLA que vão mostrar aos nossos linfócitos T porções das bactérias e vírus que infectaram o organismo (antigénios virais e bacterianos) permitindo que os nossos linfócitos T possam responder a esses antigénios. Essa resposta nalguns casos será auxiliadora, ou seja, vai potencializar a resposta imunitária de células citotóxicas ou das células que produzem anticorpos (linfócitos B) e noutros casos será citotóxica, permitindo então destruir as células infectadas por vírus.

Este artigo é apenas uma introdução ao seguinte em que serão abordadas as funções dos antigénios HLA no reconhecimento dos antigénios HLA do dador como estranhos e as implicações colocadas pelo nosso sistema imunitário, aquando da realização de um transplante, ao nível da probabilidade de rejeição do órgão transplantado.

Verónica Cabreira, 28 de Janeiro de 2010

domingo, 24 de janeiro de 2010

TODOS JUNTOS VAMOS SALVÁ-LOS!

Divulgamos, neste espaço, vários locais, de Norte a Sul do País, onde decorrerão Acções de Angariação de Dadores de Medula Óssea.



INSCREVA-SE COMO DADOR DE MEDULA ÓSSEA.
Dê o melhor de si, salve uma vida!


Onde:VILA DO CONDE: CESAE - Centro de Serviços e Apoio às Empresas, Av. Júlio Graça, 558
Quando: Quinta-feira, 22 de Julho

Onde: SANTA COMBA DÃO: Junta de Freguesia de Pinheiro de Ázere, Largo António V. Costa, Pinheiro de Ázeres
Quando: Domingo, 25 de Julho das 9:00 às 13:00


Onde: OLEIROS: Bombeiros Voluntários de Oleiros, Rua dos Bombeiros Voluntários
Quando: Sábado, 7 de Agosto das 10:00 às 17:00



Fonte de informação: Facebook "Juntos pela Teresa" e "Ajudar o Afonso"
Doar Vida, 2010

... Possíveis causas da leucemia e factores de risco

Como já foi aqui abordado, é nas células sanguíneas que a leucemia se desenvolve: são produzidos glóbulos brancos de que o organismo não precisa e o sangue deixa de cumprir a sua função. Este é o tipo de cancro mais comum entre as crianças.

Tudo isto se inicia na medula óssea, o tecido esponjoso que existe no interior dos ossos e que é como que uma fábrica das células sanguíneas. Mas, como todas as células, também estas circulam por todo o corpo, pelo que a doença pode manifestar-se de diversas formas, em função do número e da localização das células tumorais.
Quase sempre por causas difíceis de identificar, o que acontece é que a renovação celular é alterada: formam-se novas células sem que haja declínio de outras.

Factores de risco

Há algumas pessoas com risco acrescido de desenvolver leucemia: é o caso das que estão sujeitas a níveis elevados de radiação (como aconteceu com as vítimas da explosão do reactor nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986) e das que estão expostas de forma prolongada a substâncias químicas como o benzeno. Mas também quem sofre de doenças genéticas como a síndrome de Down ou já foi submetido a tratamentos com determinados medicamentos anticancerígenos.
No entanto, ser possuidor de um destes factores não significa que se vá desenvolver necessariamente a doença. Aliás, muitos doentes não apresentam qualquer factor de risco.

Estudos identificaram os seguintes factores de risco para a leucemia: homem mais velho, contacto frequente com certo químicos, fumadores, com exposição a altos níveis de radiação, com certas condições de saúde, e com tratamento passado de quimioterapia ou radioterapia.
A combinação de quimioterapia e radioterapia pode elevar significativamente, muitos anos depois do tratamento, o risco de desenvolver leucemia.
O Benzeno é um químico muito usado que está relacionado com as causas da leucemia. O maior risco de exposição a altos níveis de benzeno está em fábricas de químicos e indústrias relacionadas com a gasolina. Porém, depois de regulamentos sobre a exposição de benzeno nas indústrias, o número de ocorrências de leucemia devido a esse químico tornou-se mais raro. O benzeno também é encontrado no fumo do tabaco.

Cerca de 3 de cada 10 pessoas com uma anomalia sanguínea chamada síndrome mielodisplásica desenvolvem leucemia mielóide aguda. Outro factor preponderante pode ser a infecção por um retrovírus como é o caso da infecção pelo HTLV-1 (vírus linfotrópico de células T humanas do tipo I), que conduz ao desenvolvimento da Leucemia das células T do sistema imunitário dos indivíduos adultos.

Mais de 65% das pessoas diagnosticas com leucemia tinham mais de 55 anos de idade. A leucemia também ocorre mais frequentemente nos homens e é mais comum entre pessoas de raça branca.

Existem também inúmeros produtos alimentares industrializados capazes de provocar alterações nas células sanguíneas. O açúcar branco, por exemplo, consumido em excesso e regularmente, pode dificultar a absorção e ocasionar a perda constante de sais minerais e micro-minerais importantes ao bom funcionamento do organismo, como selénio orgânico, zinco, cromo, magnésio e muitos outros. Tal deficiência mineral ou carência crónica de oligoelementos, associada à acidificação provocada pelo uso dietético excessivo e constante de açúcar (ácido láctico e carbónico etc), favorece muito o aumento de radicais livres no organismo que, por sua vez, enfraquecem e alteram as células sanguíneas precursoras.


Outras substâncias e agentes capazes de provocar leucemia são: aditivos alimentares sintéticos (corantes, aromatizantes etc), radiação ionizante (exposição atómica), dietiletilbestrol (hormona feminina sintética utilizada no tratamento da insuficiência ovárica, amenorréia, distúrbios da menopausa e cancro da próstata, aplicada ao gado bovino para aumentar seu peso; presente também na carne das aves), sulfito de sódio (utilizado para deixar as carnes com aspecto mais avermelhado), nitrato de potássio, óleos refinados, benzopireno (substância cancerígena presente nas gorduras dos fritos e na carne de hambúrgueres industrializados) e diversas outras substâncias.

Sintomas

Há sintomas comuns que, não sendo exclusivos da leucemia, funcionam como sinais de alerta: febre e suores nocturnos, fadiga e fraqueza persistentes, infecções frequentes, perda de apetite e de peso, hemorragias e hematomas frequentes, pequenas pintas vermelhas na pele, dor nos ossos e articulações, nódulos linfáticos inchados (sobretudo no pescoço, axilas e virilhas), inchaço ou desconforto abdominal (devido ao aumento do baço).

Tratamento - A cura passa muitas vezes pelo transplante


O transplante de medula óssea é o método que oferece alguma possibilidade de cura em determinadas doenças malignas, para as quais não há outro tratamento mais eficaz e curativo. O transplante é um tratamento que se assemelha a uma transfusão em que o produto transferido é medula óssea e não sangue. Porém, o transplante só é possível em determinados casos específicos e geralmente é melhor suportado em doentes mais jovens.
Com um enxerto de medula óssea (de um dador ou do próprio doente), é possível restabelecer a função da medula que ficou destruída por doses maciças de quimioterapia. A medula óssea transplantada tarda regra geral entre duas a três semanas até produzir glóbulos brancos suficientes para oferecer protecção contra as infecções, como consequência, o risco de se sofrer uma infecção grave é mais elevado durante este período.
O transplante pode ser realizado a partir do próprio doente (autotransplante) ou de outra pessoa, que tanto pode ser um familiar directo como um dador inscrito num registo nacional ou internacional (alotransplante). É preciso é que haja compatibilidade HLA.

Além destes métodos, existe a possibilidade de utilização de células estaminais do cordão umbilical, colhidas imediatamente após o parto e de seguida criopreservadas.
Uma vez transplantadas, estas células vão substituir as doentes e estimular a produção de células saudáveis. É uma nova possibilidade de vida que se abre.

Verónica Cabreira, 24 de Janeiro de 2010

Transplante de útero

Cientistas britânicos afirmam que o primeiro transplante de um útero humano poderá ocorrer dentro de 2 anos.

Os pesquisadores do Royal Veterinary College e do Hammersmith Hospital, em Londres, dizem ter descoberto como transplantar um útero e garantir um fornecimento de sangue que dure o suficiente para uma gravidez.

Conseguiram realizar, com sucesso, transplantes de úteros em coelhos.

Os responsáveis pelo estudo formaram uma organização sem fins lucrativos para receber doações com o objectivo de financiar as pesquisas.

Os cientistas britânicos conseguiram realizar, com sucesso, transplantes de úteros em coelhos. Na pesquisa apresentada, cinco fêmeas receberam um útero usando uma técnica que ligava grandes veias e artérias, incluindo a aorta.

Duas delas viveram mais dez meses, e os exames pós-morte mostraram que os transplantes foram um sucesso.

O próximo passo da equipa do ginecologista Richard Smith é, através de inseminação artificial, ver como os úteros reagem, antes de realizarem experiências em animais de maior porte.



Experiências falhadas

Foram feitas anteriormente diversas tentativas de transplantar úteros em animais e uma entre humanos, mas não foram bem-sucedidas.

Em 2000, cirurgiões sauditas deram um novo útero a uma mulher de 26 anos, mas o órgão encolheu e acabou inviabilizado.

Smith acredita que isso ocorreu porque os cirurgiões sauditas não sabiam como ligar devidamente as veias e artérias.

"Acho que ainda há certas questões técnicas que precisam ser refinadas, mas acho que acertamos no ponto central de como transplantar com sucesso um tecido que tenha sido propriamente vascularizado", afirmou o ginecologista.



Parto



Um eventual transplante de útero teria que durar o suficiente para que a mulher consiga gerar um bebé.

O parto teria que ser feito por cesariana, já que o útero transplantado não deve ser capaz de aguentar um parto natural.

A concepção também deverá acontecer por meio de inseminação artificial.

Smith admitiu que o procedimento é visto por muitos na comunidade médica como "um passo longo demais em termos de tratamentos para fertilidade", mas disse que o interesse por parte de eventuais pacientes é "enorme".


Sónia Moreira, 23 de Janeiro de 2010

sábado, 23 de janeiro de 2010

A Leucemia...

O QUE É A LEUCEMIA?
A leucemia é uma doença maligna com origem nas células imaturas da medula óssea.
A produção de glóbulos brancos fica descontrolada e o funcionamento da medula óssea saudável torna-se cada vez mais difícil, diminuindo progressivamente a produção de células normais, dando lugar ao aparecimento de anemia, infecções e hemorragias.
Existem vários tipos de leucemia caracterizadas pelo tipo de célula afectada.
Pode ser aguda ou crónica dependendo da velocidade de proliferação das células leucémicas.
Os Síndromes Mielodisplásicos são doenças malignas em que a Medula Óssea não produz quantidade suficiente de células sanguíneas normais. Afecta os glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas. Nalguns casos, os Síndromes Mielodisplásicos podem evoluir para Leucemias Agudas.
Em cada ano aparecem 60 a 100 novos casos por cada milhão de indivíduos.
Alguns tipos de leucemia são mais frequentes em determinados grupos etários.
A Leucemia Linfoblástica Aguda é mais frequente nas crianças e nos jovens.
A Leucemia Mieloblástica Aguda é mais comum nos adultos.
As Leucemias Crónicas ocorrem geralmente entre os 40 e 70 anos.
Os Síndromes Mielodisplásicos atingem sobretudo pessoas entre os 60 e 70 anos.
Contudo, existem excepções.
Desconhece-se qual a causa específica desta doença. Os cientistas suspeitam que alguns vírus bem como factores genéticos ambientais e imunológicos possam estar envolvidos.
Alguns vírus causam leucemia em animais. No homem causam apenas tipos muito raros de leucemia. Mesmo que tenha sido causada por um vírus, a leucemia não é contagiosa.
Poderá haver uma predisposição genética. Existem famílias (raras) em que as pessoas nascem com anomalias cromossómicas que poderão aumentar a probabilidade de virem a desenvolver a doença. Factores ambientais, como altas doses de radiações e exposição a certos produtos químicos tóxicos, foram identificados como estando ligados ao aparecimento da doença. Mas isto só é verdade em casos extremos como nos sobreviventes da bomba atómica em Nagasaki e Hiroshima ou nos trabalhadores industriais do benzeno.
Pessoas com deficiências do sistema imunitário parecem ter um maior risco de desenvolverem doenças malignas porque, o organismo perde a capacidade de resistir a células estranhas. Há evidência de que doentes tratados por outros tipos de cancro com quimioterapia e/ou radioterapia podem mais tarde vir a ter leucemia.
Os sintomas iniciais são geralmente fadiga, perda de peso, palidez, infecções e hemorragias.

TIPOS DE LEUCEMIA E OUTROS TIPOS DE NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS

Leucemias Agudas
Leucemias Crónicas
Linfoma de Hodgkin e Linfoma Não-Hodgkin
Mieloma Múltiplo


DIAGNÓSTICO (ATRAVÉS DE TESTES REALIZADOS NO SANGUE E NA MEDULA ÓSSEA)

Hemograma - Análises normais de sangue.

Medulograma – Após anestesia local, uma agulha específica é introduzida no osso da bacia ou no esterno. Uma amostra de medula óssea é retirada com uma seringa.

Biópsia Óssea – Com uma agulha especial, uma pequeníssima porção de osso é removida.

Para além de se observarem as células com um microscópio, procuram-se também anomalias nos cromossomas e características específicas na membrana das células doentes.


CONSULTAS DE HEMATOLOGIA (EM PORTUGAL)
Verifique a secção de consultas no Hospital da sua região.

Hospital de São Marcos de Braga
Hospital de São Sebastião - Santa Maria da Feira
Hospital da Senhora da Oliveira – Guimarães
Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro - Vila Real
IPO FG Porto
Hospital de São João – Porto
Hospital de Santo António - Porto
Hospital de São Teotónio - Viseu
IPO FG Coimbra
Hospitais da Universidade de Coimbra
IPO FG Lisboa
Hospital de Santa Maria – Lisboa
Hospital dos Capuchos – Lisboa - Tel: 213 136 300
Hospital Nossa Senhora do Rosário - Barreiro
Hospital de São Bernardo - Setúbal
Hospital Central de Faro




Fonte de informação: APCL (www.apcl.pt)
Vanda Craveiro, em 23 de Janeiro de 2010

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Colabore connosco nesta campanha, o seu gesto pode fazer a diferença!

Estamos a organizar, com a colaboração do grupo A, (Con)viver com o Cancro, uma campanha de recolha de sangue e de inscrição voluntária de dadores de medula óssea. Esta campanha irá decorrer no dia 26 de Fevereiro, na nossa escola (ESEQ), com o apoio do Instituto Português do Sangue, do CEDACE e da Associação Humanitária de Dadores de Sangue da Póvoa de Varzim. Na segunda-feira tivemos uma reunião com a Vice-directora da nossa escola e na terça-feira tivemos uma reunião com o Vice-presidente da Associação anteriormente referida, com o intuito de acertar todos os pormenores da campanha. Relativamente à divulgação da mesma, ser-nos-ão fornecidos cartazes pela AHDSPV e pelo Instituto Português do Sangue (que recebemos hoje!) e contamos também com o apoio da Rádio Onda Viva.


Cartazes fornecidos pelo Instituto Português do Sangue

Desde já agradecemos à Sra. Leonor Airosa do IPS, Dr. João Mota do CEDACE e ao Presidente e Vice-presidente da AHDSPV pois sem a ajuda de todos não seria possível realizar esta actividade!



Por isso já sabe, colabore connosco nesta campanha!



26 de Fevereiro de 2010


Escola Secundária Eça de Queirós – Póvoa de Varzim


Entre as 15.30h e as 18.30h





Porque o seu gesto pode fazer a diferença!





Sónia Moreira, 21 de Janeiro de 2010

Sistema Nacional de Saúde - Rede de Colheita e Transplantação

De acordo com o SNS Português os agentes envolvidos na transplantação, que formam a Rede Nacional de Colheita e Transplantação, são vários e com funções distintas, passo a citar:

Coordenadores Hospitalares de Doação

O cargo de coordenador hospitalar de doação é desempenhado por licenciados em medicina com formação específica para a detecção e avaliação de potenciais dadores de órgãos e tecidos para transplantação, preferencialmente das áreas dos cuidados intensivos, urgência, emergência ou anestesia. É nomeado pelo conselho de administração do hospital, sob proposta do coordenador nacional das unidades de colheita.

As principais funções dos CHD são:
- Identificar e avaliar todos os potenciais dadores através de visitas diárias às unidades de cuidados intensivos ou outros serviços hospitalares onde se prestem cuidados de suporte ventilatório, usando de todos os conhecimentos científicos disponíveis;
- Obter a história clínica do potencial dador e todos os dados necessários para a sua correcta avaliação e proceder posteriormente à sua validação;
- Assegurar a qualidade, segurança e transparência de todos os procedimentos;
- Disponibilizar a informação adequada à família dos potenciais dadores;
- Proceder aos contactos com o GCCT para obtenção do apoio logístico necessário à realização da colheita de órgãos, tecidos ou células no respectivo hospital, para efeitos de transplantação;
- Proceder aos registos necessários relacionados com a actividade definidos pela ASST;
- Promover e divulgar a actividade da colheita e transplantação de órgãos, tecidos e células, bem como participar em acções de sensibilização para a doação na área de influência do respectivo hospital e do GCCT;
- Reunir periodicamente com o director do GCCT para avaliação de resultados obtidos e concertação de acções, e sempre que necessário com o coordenador nacional das unidades de colheita;
- Elaborar anualmente um relatório da actividade desenvolvida e apresentá -lo ao conselho de administração do respectivo hospital e à ASST.

Gabinetes Coordenadores de Colheita e Transplantação

Os Gabinetes Coordenadores de Colheita e Transplantação são estruturas autónomas dotadas de recursos humanos especializados na área da coordenação de colheita e transplantação, designados coordenadores de colheita e transplantação. São compostos por equipas pluridisciplinares para a realização da colheita de órgãos, tecidos e células nos dadores identificados e por outros profissionais indispensáveis à actividade.
Funcionam em permanência, dispondo, de uma escala de coordenadores de colheita e transplantação e de um sistema de contacto que garantem uma resposta eficaz à referenciação de um potencial dador em qualquer hospital.

As principais funções dos GCCT são:
- Coordenar a actividade de colheita e transplantação de órgãos, tecidos e células nas instituições de saúde, públicas ou privadas, da sua área de referência, definida pela ASST, com eventual extensão a nível nacional e internacional;
- Articularem-se entre si e com as unidades de colheita e de transplantação, bem como com os coordenadores hospitalares de doação e os centros de histocompatibilidade, estabelecendo protocolos de procedimento que agilizem a actuação de todos, garantindo a atempada colheita e transplante de órgãos, tecidos e células;
- Efectuar a consulta do RENNDA (Registo Nacional de não Dadores), nos termos da legislação em vigor, e transmitir aos estabelecimentos hospitalares públicos ou privados, devidamente autorizados, em que se proceda à colheita post mortem de órgãos, tecidos ou células, a existência de oposição ou restrições à dádiva constantes do RENNDA;
- Avaliar todos os potenciais dadores detectados conjuntamente com os coordenadores hospitalares de doação, usando de todos os conhecimentos científicos para expandir o número de órgãos disponíveis para transplantação;
- Assegurar a qualidade, segurança e transparência de todos os procedimentos relacionados com o exercício da actividade de colheita e transplantação;
- Proceder à distribuição de órgãos pelas unidades de transplante em conformidade com as normas em vigor;
- Colaborar na elaboração de normas e protocolos de actuação e zelar pelo cumprimento dos mesmos, bem como de normas regulamentares e recomendações elaboradas pela Autoridade para os Serviços de Sangue e Transplantação;
- Proceder aos registos necessários para garantir a rastreabilidade, qualidade, segurança e transparência de todo o processo da colheita e transplantação de órgãos tecidos e células;
- Implementar um sistema de qualidade para a actividade;
- Informar os profissionais envolvidos na detecção e manutenção do dador dos resultados da doação;
- Fornecer às unidades de transplante e à ASST todas as informações solicitadas.


Cada GCCT é dirigido por um director, nomeado pelo conselho de administração do respectivo hospital sob proposta da ASST, com competência na área da saúde e da transplantação e, preferencialmente, formação específica na área da coordenação de colheita de órgãos, tecidos e células para transplantação.

Coordenadora nacional das unidades de colheita de órgãos, tecidos e células para transplantação

A coordenadora nacional das unidades de colheita de órgãos, tecidos e células para transplantação, Maria João Aguiar, assegura as funções de regulação, normalização, controlo e fiscalização da actividade de colheita, análise, manipulação, armazenamento e distribuição de órgãos, tecidos e células de origem humana.

Outras funções:
- Garantir a existência de mecanismos apropriados de designação, autorização, acreditação e licenciamento que assegurem as actividades de colheita, análise, manipulação, armazenamento e distribuição de órgãos, tecidos e células de origem humana;
- Tomar as medidas necessárias para garantir o anonimato da dádiva, a ausência de coacção e a gratuitidade da mesma, bem como a ausência de lucro por parte dos serviços envolvidos;
- Organizar inspecções e medidas de controlo da actividade de forma a garantir o cumprimento do disposto na lei;
- Propor um regime de incentivos à actividade da transplantação;
- Assegura o envio à Comissão Europeia dos relatórios sobre as actividades desenvolvidas, bem como a relação das medidas adoptadas em matéria de inspecção e controlo da actividade.

Coordenador nacional das unidades de transplante

O coordenador nacional das unidades de transplante, João Pena, assegura as funções de regulação, normalização, controlo e fiscalização da actividade de transplantação de órgãos, tecidos e células de natureza humana.

- Garante um conjunto de procedimentos de vigilância organizada que permita avaliar informações sobre reacções, incidentes adversos ou complicações relacionadas com a actividade de transplantação;
- Dispõe dos melhores pareceres científicos em relação à segurança da transplantação de órgãos, tecidos e células de origem humana para a obtenção de progresso técnico e científico, bem como a participação em reuniões de autoridades competentes congéneres para a troca de informação sobre a experiência adquirida;
- Assegura o envio à Comissão Europeia dos relatórios sobre as actividades desenvolvidas, bem como a relação das medidas adoptadas em matéria de inspecção e controlo da actividade.


Unidades de Colheita de Órgãos, Tecidos e Células

Centros de Histocompatibilidade (consulte informações aqui ou hiperligação ao lado)

Unidades de Transplantação (especificadas em artigo anterior - consulte aqui)

Todas estas entidades colaboram entre si e garantem que se processe a transplantação de acordo com a lei, cumprindo os procedimentos necessários.

Para mais informações, pode consultar o site da Autoridade Para os Serviços de Sangue e Transplantação aqui.

Verónica Cabreira, 20 de Janeiro de 2010

sábado, 16 de janeiro de 2010

Pulmão Artificial

O Hospital de S. João, no Porto, é a primeira unidade hospitalar da Península Ibérica a desenvolver a técnica do pulmão artificial, que oxigena o sangue numa membrana exterior ao corpo.
Este equipamento está a salvar doentes com pneumonias muito graves no Hospital de S. João. Nesta altura, quatro equipamentos estão a ser aplicados, principalmente em infecções por gripe A.
O suporte do pulmão externo (ECMO) - que visa tratar falências pulmonares agudas mas reversíveis, ainda que o reversível possa significar estar à espera de um transplante - consiste em fazer sair o sangue (através da veia femoral) para o exterior do corpo onde está uma membrana que o vai oxigenar. Após oxigenado, o sangue regressa ao corpo através da veia jugular.


Basicamente, este é um passo em frente no que diz respeito a equipamentos e técnicas que aguentam o doente e os seus órgãos vitais (que já não estão capazes de desenvolver as suas funções autonomamente) o tempo suficiente para a medicação fazer o devido efeito.
O médico Roberto Roncon especializou-se nesta área, na Alemanha.
Estas membranas, com a tarefa de ajudar um órgão vital em graves dificuldades, já existem há muito tempo, sendo que se confinavam ao bloco operatório. Vista a sua importância, começou a aperfeiçoar-se esta técnica de modo a que ela saísse do bloco operatório e pudesse estar nos cuidados intensivos.

Hoje, com materiais biocompatíveis, que em nada prejudicam o corpo humano, cada membrana pode aguentar um doente durante dias ou meses, até a medicação fazer efeito.

E se, neste momento, o S. João trata as infecções graves generalizadas, como uma pneumonia, a ideia é, no futuro, levar o ECMO a outras áreas. O ECMO pode ajudar a tratar, por exemplo, a falência cardíaca; pode, ainda, aguentar um doente enquanto se decide a terapêutica a seguir.
Do mesmo modo, o ECMO pode ser uma ponte para o transplante. "Um doente que precisa de um transplante tem que curar primeiro a infecção. Quando recebe o outro órgão tem que estar bem. O ECMO ajuda a aguentar o doente enquanto a medicação faz efeito. Dá-lhe tempo de vida enquanto cura a doença que tem e espera pelo órgão novo", explicou o especialista Roberto Roncon.
No limite, esta técnica vai até permitir a recolha de mais órgãos para transplantes. "Nesta altura só é possível realizar colheita de órgãos em morte cerebral. Com o ECMO passa a ser tecnicamente possível manter os órgãos viáveis para colheita após morte por paragem cardíaca. O ECMO permite continuar a irrigação de fígado e rins apesar da morte por paragem do coração", concluiu José Artur Paiva.



Fonte de informação: JN, artigo publicado a 15.01.2010 pela jornalista Leonor Paiva Watson.

Sónia Moreira, 16 de Janeiro de 2010

Registo de Dadores de Medula Óssea

A primeira transplantação de medula óssea foi efectuada com sucesso em 1956, remontando a 1973 a primeira transplantação com dador não aparentado. Este facto marcou o começo de uma nova era no tratamento de doentes com diferentes patologias que podem ir desde defeitos genéticos até às doenças oncológicas. Com este tratamento aumentou a esperança de vida de muitos doentes com leucemia, algumas anemias e outras doenças hereditárias potencialmente fatais.

Para que se possa fazer uma transplantação de medula óssea é, no entanto, necessário que haja identidade a nível genético entre o dador e o receptor. Ou seja, é necessário que sejam iguais num sistema de antigénios tecidulares designados por HLA (do inglês Human Leucocyte Antigens ou antigénios leucocitários humanos, em português).
Acontece, contudo, que existem 6 antigénios diferentes, cada um com dezenas de variantes, e que se combinam entre si de diferentes maneiras, pelo que a probabilidade de haver um dador igual fora dos familiares é muito difícil.

Actualmente a transplantação de medula óssea é uma prática corrente mas, só cerca de 25% dos doentes têm um dador familiar compatível. Restam assim os outros 75% que têm de recorrer a dadores não aparentados.

Apesar destes seis marcadores parecerem um número pessoal de lotaria, com os esforços conjuntos levados a cabo pelos responsáveis de vários países aumentou-se a possibilidade efectiva de se encontrarem dadores compatíveis com os doentes. Para isso contribuiu a criação em cada País Registos de Dadores Voluntários de Medula Óssea.

A transplantação de medula óssea com dadores não aparentados aumentou nos doentes a taxa de sobrevivência de 30% para 80%.
Para muitos doentes a transplantação de medula óssea é efectivamente a única possibilidade de cura e de vida e depende da disponibilidade de todos os que se inscrevem nos registos nacionais e internacionais.

Assim, como revela a Dr.ª Helena Alves, directora do Centro de Histocompatibilidade do Norte, ser dador de Medula é antes de mais uma INTENÇÃO DE SALVAR alguém. SALVAR em qualquer sítio do mundo, onde a idade, o género, a raça, a cor, a religião, a condição social, o credo politico ou qualquer outra divergência não fazem qualquer diferença nem dividem os Homens.

Tente SALVAR a Ana, a Carmen, o Martias, o João... Inscreva-se como dador voluntário de Medula Óssea.

Deixo-vos uma sugestão de visita aos sites da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) - www.apcl.pt - e do Centro de Histocompatibilidade do Norte (CHN) - http://www.chnorte.min-saude.pt/ - , respectivamente.
Vanda Craveiro, em 16 de Janeiro de 2010


terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Panorama da transplantação em Portugal e listas de espera (II)

Este artigo surge, tal como anunciado, como uma continuação do primeiro artigo publicado acerca da problemática das listas de espera por um transplante, em Portugal.

A realidade é que em Portugal ainda se morre à espera de um órgão. Nesse sentido, salvar cada vez mais vidas obriga a uma maior sensibilização para a doação, numa altura em que a escassez de órgãos é elevada e as necessidades aumentam cada vez mais.

Existem mais de três mil pessoas à espera de transplantes (2253 aguardam um rim) e até ao dia 9 de Dezembro de 2009 tinham morrido 11 doentes à espera de um órgão que lhes salve a vida, todos eles ao longo do ano passado. Os números foram revelados pela coordenadora Nacional da Unidade de Colheitas da Autoridade para os Serviços de Sangue e Transplantação (entidade que será brevemente abordada neste blogue), durante o XXII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde (mencionado num dos tópicos anteriores).
No passado ano, dos 45 pedidos urgentes de fígado, apenas foi possível responder a 30 doentes. E dos 26 pedidos de coração, apenas se conseguiram 13. Sendo assim, muitos doentes morrem em lista de espera, situação que será agravada uma vez que a procura tem vindo a aumentar.

A esperança, contudo, é grande e a sensibilização para a doação é a melhor forma de ajudar. Em Portugal, desde 1969 - altura em que o médico Linhares Furtado (à direita, na imagem) fez o primeiro transplante - e até 2008, já foram transplantados 21.290 doentes, a maioria dos quais doentes renais (8139).

Os médicos continuam a apostar na sensibilização para doação de órgãos, em vida e pós-morte e falam de "Um Portugal solidário... Quando é preciso".

A imagem a seguir apresentada é uma análise comparativa entre o número de dadores/órgãos recolhidos e o número de transplantes efectuados em Portugal, no ano de 2008:


A recolha de sangue também tem vindo a aumentar, fruto das campanhas que se têm realizado. Neste momento, existem 40 em cada mil pessoas a doar sangue, o que é um número satisfatório.
Relativamente aos dadores de medula óssea, o número de dadores encontra-se próximo dos 200 mil, graças às campanhas que se têm desenvolvido. Relativamente à caracterização destes dadores, são as mulheres que lideram a lista (60%) e a maioria tem entre 26 e 35 anos.

Outra das realidades dos transplantes prende-se com a criopreservação das células do cordão umbilical. No nosso país existe um banco publico que precisa urgentemente de ser incentivado, pois as 25 amostras por ano que foram recebidas, são muito poucas para um banco público.

Fonte de informação: JN, artigo publicado a 09/12/2009 pela jornalista Alexandra Serôdio

12 de Janeiro, Verónica Cabreira

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Campanha do CEDACE: "A cura sou eu"

Olá!
Tal como foi dito num artigo publicado anteriormente, está a decorrer no Norte Shopping, entre os dias 9 e 16 deste mês, uma campanha que tem como objectivo angariar dadores de medula óssea.
No dia em que se iniciou a campanha, fui por coincidência ao Norte Shopping. Decidi então dar uma vista de olhos!



Com agrado, verifiquei que havia várias pessoas na fila para se inscreverem no Registo Português de Dadores de Medula Óssea. Conversei com uma senhora muito simpática, que fazia parte da organização da campanha, sobre o nosso projecto e contei inclusive que já tínhamos visitado o Centro de Histocompatibilidade do Norte. A senhora prontamente me forneceu um dos formulários de inscrição/informação ao dador que eram entregues às pessoas interessadas em serem dadores de medula óssea.

Esses impressos explicam de uma forma sucinta todo o processo desde a inscrição até à doação de medula óssea:

“  (…)

Uma vez avaliado por um médico, e se não forem encontradas contra indicações, o CEDACE fará análises para determinar as características tecidulares dos seus leucócitos (chamada tipagem HLA). São estas características que vão permitir avaliar a compatibilidade entre o potencial dador e o doente, antes deste poder vir a receber a medula óssea.

A determinação do HLA requer a colheita de um pouco de sangue da veia do braço, mais ou menos 12 ml, a partir do qual serão também estudados alguns marcadores virais para avaliar se é portador de doenças transmissíveis. Como deve compreender, este registo e a tipagem HLA, são apenas a primeira etapa na doação de medula óssea. No computador ficam registados os seus dados pessoais e a tipagem HLA. No caso de aparecer um doente que tenha compatibilidade tecidular consigo, então irá ser necessário fazer mais uma pequena colheita de sangue para testes mais precisos. Se estes indicarem que há uma perfeita semelhança entre si e o doente, então será feito um exame médico e só depois será feita a colheita de medula óssea.

A colheita de medula óssea poderá ser feita de duas formas diferentes. Numa delas as células são colhidas por uma técnica chamada citaférese, na qual é possível colher as células a partir de veias periféricas no braço, num processo rápido e simples. Neste caso, o sangue retirado da veia do dador passa através de um aparelho que remove apenas as células necessárias para o transplante, devolvendo novamente as restantes células e plasma ao dador. Neste caso para que as células da medula sejam mobilizadas para a periferia é necessário que o dador faça um tratamento com injecções subcutâneas de uma substância chamada factor de crescimento. Este factor de crescimento é uma substância fisiológica que todos nós produzimos diariamente e principalmente quando é exigido ao nosso Sistema Imunitário que responda a uma infecção, por exemplo. Na outra forma a colheita de medula óssea é feita no bloco operatório, sob anestesia, por punção dos ossos da bacia. Neste caso há que recorrer a um pequeno internamento de cerca de 24 horas. Não tem riscos para além da curta anestesia a que é sujeito e poderá eventualmente sentir alguns incómodos no local da picada durante um ou dois dias.

O dador poderá sempre optar pela forma de colheita e a cada etapa deste processo ser-lhe-á dada informação sobre o que se vai passar.”

Contêm também um documento que deverá ser assinado pelo potencial dador em que este declara o seu consentimento livre e esclarecido para tratamento informático dos dados pessoais e dos resultados laboratoriais tipagem HLA. Por último, o impresso de inscrição incluía um inquérito sobre a saúde e dados pessoais do potencial dador. A identidade dos dadores nunca é revelada ao longo do processo. Após a colheita, o sangue é identificado com um código e a chave desse código é sempre confidencial.

A par desta campanha, estavam também a ser distribuídos uns panfletos que divulgavam o problema de Carmen, uma menina de 4 anos que sofre de leucemia mieloblástica aguda.





Este panfleto incluía um poema que me chamou a atenção:

“Meu pequeno anjo,
Sabes que te dói,
Sem saberes porquê.
Os teus lindo caracóis caem,
E perguntas, porquê?
No teu olhar há sofrimento e choras.
Cada lágrima tua é um punhal invisível,
Que de dor me faz
Também chorar.
Quem será teu anjo
Que te irá salvar,
A sua medula
Te doar,
E com o seu amor
A vida te dar!”


Por fim ofereceram-me uma “lembrança” da campanha…  : )





Uma tarde que inicialmente era apenas para diversão tornou-se bastante produtiva!

Já sabe, se tem entre 18 e 45 anos, tem um peso mínimo de 50kg, é saudável e nunca recebeu transfusões, então colabore nesta campanha e torne-se dador de medula óssea. Doar medula óssea não custa e pode salvar muitas vidas, como a desta criança.


Sónia Moreira, 11 de Janeiro de 2010

sábado, 9 de janeiro de 2010

Doação de órgãos é um acto de solidariedade

Comissão Nacional da Pastoral da Saúde defende a sensibilização para a doação de órgãos, quer em vida ou após a morte, considerando que esta é uma "forma privilegiada de solidariedade".



Nas conclusões do XXII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, que hoje, quinta-feira, [03/12/2009] termina em Fátima, com o tema "Transplante de órgãos, doação para a vida", sustenta-se "que se sensibilizem as populações para a doação de órgãos numa sociedade que se quer solidária".

A comissão preconiza mesmo a elaboração de material de informação que "dê notícia das muitas situações clínicas em que a transplantação de órgãos proporciona às pessoas que eram doentes, quer a cura das suas limitações, quer a qualidade de vida que sempre desejaram ter".

"Este material será depois posto à disposição das comunidades cristãs, que querem colaborar na difusão da ideia de que a doação de órgãos é uma expressão privilegiada da solidariedade", referem as conclusões.

O documento sugere também aos núcleos paroquiais da Pastoral da Saúde, "já presentes em muitas comunidades cristãs, que criem grupos de dadores de sangue e, simultaneamente, grupos que se proponham estudar as situações em que muitas pessoas se podem tornar dadores de sangue e dadores de órgãos em vida ou depois da morte".

Por outro lado, a Comissão Nacional da Pastoral da Saúde considera ser necessário "valorizar o papel dos capelães e outros agentes de assistência espiritual e religiosa, nos hospitais e centros de transplante, em diálogo interdisciplinar com as equipas técnicas".

Neste aspecto, salienta que razões de natureza espiritual e religiosa "podem, por vezes, ajudar a vencer as dificuldades infundadas quer quanto à transplantação, quer quanto à doação de órgãos".

O documento final do encontro, que reúne desde segunda-feira [30/11/2009] 600 pessoas, congratula-se ainda com a colaboração entre a Pastoral da Saúde e a Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação nesta iniciativa, assim como da actividade que querem desenvolver "para criar em Portugal uma nova mentalidade, no campo da doação de órgãos, uma autêntica cultura de solidariedade".


in edição on-line do Jornal de Notícias de 3 deDezembro de 2009

Vanda Craveiro, 9 de Janeiro de 2010

"A cura somos nós"

Está a decorrer entre o dia de hoje e o dia 16 de Janeiro, uma campanha de doação de sangue no Centro Comercial Norteshopping, cujo objectivo é angariar dadores para a doação de medula óssea.
O processo é simples, basta uma pequena colheita de sangue e os dadores ficam automaticamente inscritos no Registo de Dadores Voluntários de Medula Óssea (CEDACE), podendo, caso exista compatibilidade, salvar uma vida em qualquer parte do mundo.

Mais uma vez, um pequeno gesto que pode valer muito.
Se tem entre 18 e 45 anos, não fique indiferente a esta campanha. Junte-se a esta causa e contribua para aumentar o número de dadores de medula disponíveis em Portugal, que já atingiu os 200 mil, muito embora este número seja ainda reduzido.
Contribua também para desmistificar este simples gesto, que é a doação de medula óssea.

Visualize abaixo o vídeo da reportagem da RTP, no local, em directo para o Jornal da Tarde, que inclui uma entrevista à Dra. Helena Alves, Directora do Centro de Histocompatibilidade do Norte:



Verónica Cabreira, 9 de Janeiro de 2010