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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Feito o primeiro transplante total de cara do Mundo!!!

O primeiro transplante total de cara do Mundo foi feito no Hospital Vall d'Hebron, em Barcelona. Demorou 22 horas e envolveu 30 profissionais.

Doente recebeu um transplante de toda a pele e músculos da cara, nariz, lábios, maxilar superior, dentes e a mandíbula superior

O receptor do primeiro transplante total de cara do Mundo é um jovem que sofria de uma deformação grave, provocada por um acidente, que o impedia de respirar, pelo nariz e pela boca, de falar e de deglutir.

Feito o transplante total da cara, os médicos esperam, agora, que o doente comece "dentro de algumas semanas, a falar, a comer, a sorrir e a rir".

A previsão foi feita pelo chefe do serviço de Cirurgia Plástica e Queimados, Joan Pere Barret, que dirigiu a equipa multidisciplinar do centro hospitalar catalão que fez a intervenção, no dia 22 de Março.

O doente recebeu um transplante de toda a pele e músculos da cara, do nariz, dos lábios, do maxilar superior, todos os dentes, o palato, as bochechas e a mandíbula, por via de uma cirurgia plástica e de uma microcirurgia reparadora dos vasos sanguíneos, e encontra-se agora "bem e recupera satisfatoriamente”, explicou Barret.

Até à data, realizaram-se 11 transplantes de cara, mas todos parciais.

O procedimento de recolha de tecidos faciais terminou com a reconstrução de uma máscara com a forma da cara do paciente.Os tecidos foram colocados em líquidos de preservação, um processo idêntico ao efectuado com os órgãos em espera para ser transplantados.

Os responsáveis pela intervenção explicaram, em conferência de imprensa, que a revasculização da cara e a chegada de sangue à totalidade transplantada é "básica para o êxito do implante, um processo que se realizou com êxito".

"Não houve rejeição e substituíram-se as seguintes estruturas: maxilar, mandíbula, nariz, bochechas, mucosa, músculos e nervos e pele", detalharam fontes do hospital.

"O paciente tem cicatrizes à frente e no pescoço, mas no futuro ficarão completamente dissimuladas", garantiu Barret, recordando que os ossos da cara implantada devem adaptar-se, agora, à estrutura craniana do jovem.

O doente, depois de ter visto a sua nova cara, ficou “satisfeito”, explicaram fontes hospitalares. "Olhou-se ao espelho quando os psicólogos asseguraram que já estava preparado. Tinha passado uma semana desde a operação e reagiu bem", explicou o coordenador.

O jovem, que sofria há cinco anos de uma deformação grave, precisa no mínimo de mais dois meses, antes de ter alta clínica, apesar de os especialistas não terem apontado uma data concreta. Até lá, o doente continuará a fazer reabilitação e, depois, poderá ter "uma vida praticamente igual à que tinha antes do acidente".

Antes da intervenção cirúrgica, o homem foi submetido a uma avaliação psicológica para garantir que estava preparado para assimilar quer os possíveis riscos, quer o facto de ficar com um aspecto diferente do que tinha antes do acidente.

in edição on-line do JN  de 23 de Abril de 2010
Vanda Craveiro, em 23 de Abril de 2010

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Transplante de Face

O transplante de face é um procedimento cirúrgico no qual algumas estruturas da face de uma pessoa são transplantadas para uma outra.

O primeiro transplante de face parcial ocorreu a 27 de Novembro de 2005. A paciente francesa, Isabelle Dinoire, perdeu o nariz, os lábios e o queixo ao ser atacada pelo seu próprio cão. Na cirurgia, os médicos fizeram um implante de pele, gordura e vasos sanguíneos, que foram removidos de um dador com morte cerebral.


 A segunda intervenção cirúrgica deste género realizou-se na China, a um caçador desfigurado pelo ataque de um urso (o transplante afectou dois terços do rosto), que em 2008 veio a falecer.


Connie Culp foi a primeira estadunidense a fazer um transplante facial. A americana, de 46 anos, teve parte da face destruída por um tiro disparado pelo próprio marido em 2004. Como a bala atingiu o seu nariz, as bochechas, o maxilar e um olho, Culp vivia com centenas de fragmentos do projéctil e de ossos alojados no rosto. Para respirar, teve de ser feita uma abertura na traqueia. Após passar por 30 procedimentos médicos nos últimos cinco anos, Connie recebeu o transplante no dia 10 de Dezembro de 2008 numa clínica de Cleveland.


Até agora não existem registos de transplantes totais de rosto, sendo que os transplantes realizados até aqui foram apenas parciais.
Estes tipos de transplante são tecnicamente possíveis, embora complexos do ponto de vista científico.
Os transplantes faciais não são muito realizados mundialmente, devido ao défice de dadores mas, acima de tudo, devido às questões éticas e morais que assume.

Vanda Craveiro, em 1 de Abril de 2010