segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Campanha do CEDACE: "A cura sou eu"

Olá!
Tal como foi dito num artigo publicado anteriormente, está a decorrer no Norte Shopping, entre os dias 9 e 16 deste mês, uma campanha que tem como objectivo angariar dadores de medula óssea.
No dia em que se iniciou a campanha, fui por coincidência ao Norte Shopping. Decidi então dar uma vista de olhos!



Com agrado, verifiquei que havia várias pessoas na fila para se inscreverem no Registo Português de Dadores de Medula Óssea. Conversei com uma senhora muito simpática, que fazia parte da organização da campanha, sobre o nosso projecto e contei inclusive que já tínhamos visitado o Centro de Histocompatibilidade do Norte. A senhora prontamente me forneceu um dos formulários de inscrição/informação ao dador que eram entregues às pessoas interessadas em serem dadores de medula óssea.

Esses impressos explicam de uma forma sucinta todo o processo desde a inscrição até à doação de medula óssea:

“  (…)

Uma vez avaliado por um médico, e se não forem encontradas contra indicações, o CEDACE fará análises para determinar as características tecidulares dos seus leucócitos (chamada tipagem HLA). São estas características que vão permitir avaliar a compatibilidade entre o potencial dador e o doente, antes deste poder vir a receber a medula óssea.

A determinação do HLA requer a colheita de um pouco de sangue da veia do braço, mais ou menos 12 ml, a partir do qual serão também estudados alguns marcadores virais para avaliar se é portador de doenças transmissíveis. Como deve compreender, este registo e a tipagem HLA, são apenas a primeira etapa na doação de medula óssea. No computador ficam registados os seus dados pessoais e a tipagem HLA. No caso de aparecer um doente que tenha compatibilidade tecidular consigo, então irá ser necessário fazer mais uma pequena colheita de sangue para testes mais precisos. Se estes indicarem que há uma perfeita semelhança entre si e o doente, então será feito um exame médico e só depois será feita a colheita de medula óssea.

A colheita de medula óssea poderá ser feita de duas formas diferentes. Numa delas as células são colhidas por uma técnica chamada citaférese, na qual é possível colher as células a partir de veias periféricas no braço, num processo rápido e simples. Neste caso, o sangue retirado da veia do dador passa através de um aparelho que remove apenas as células necessárias para o transplante, devolvendo novamente as restantes células e plasma ao dador. Neste caso para que as células da medula sejam mobilizadas para a periferia é necessário que o dador faça um tratamento com injecções subcutâneas de uma substância chamada factor de crescimento. Este factor de crescimento é uma substância fisiológica que todos nós produzimos diariamente e principalmente quando é exigido ao nosso Sistema Imunitário que responda a uma infecção, por exemplo. Na outra forma a colheita de medula óssea é feita no bloco operatório, sob anestesia, por punção dos ossos da bacia. Neste caso há que recorrer a um pequeno internamento de cerca de 24 horas. Não tem riscos para além da curta anestesia a que é sujeito e poderá eventualmente sentir alguns incómodos no local da picada durante um ou dois dias.

O dador poderá sempre optar pela forma de colheita e a cada etapa deste processo ser-lhe-á dada informação sobre o que se vai passar.”

Contêm também um documento que deverá ser assinado pelo potencial dador em que este declara o seu consentimento livre e esclarecido para tratamento informático dos dados pessoais e dos resultados laboratoriais tipagem HLA. Por último, o impresso de inscrição incluía um inquérito sobre a saúde e dados pessoais do potencial dador. A identidade dos dadores nunca é revelada ao longo do processo. Após a colheita, o sangue é identificado com um código e a chave desse código é sempre confidencial.

A par desta campanha, estavam também a ser distribuídos uns panfletos que divulgavam o problema de Carmen, uma menina de 4 anos que sofre de leucemia mieloblástica aguda.





Este panfleto incluía um poema que me chamou a atenção:

“Meu pequeno anjo,
Sabes que te dói,
Sem saberes porquê.
Os teus lindo caracóis caem,
E perguntas, porquê?
No teu olhar há sofrimento e choras.
Cada lágrima tua é um punhal invisível,
Que de dor me faz
Também chorar.
Quem será teu anjo
Que te irá salvar,
A sua medula
Te doar,
E com o seu amor
A vida te dar!”


Por fim ofereceram-me uma “lembrança” da campanha…  : )





Uma tarde que inicialmente era apenas para diversão tornou-se bastante produtiva!

Já sabe, se tem entre 18 e 45 anos, tem um peso mínimo de 50kg, é saudável e nunca recebeu transfusões, então colabore nesta campanha e torne-se dador de medula óssea. Doar medula óssea não custa e pode salvar muitas vidas, como a desta criança.


Sónia Moreira, 11 de Janeiro de 2010

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu estive presente neste dia e posso testemunhar a "multidão" de pessoas de estavam na fila, à espera, o que prova que ainda há muita gente a ajudar aqueles que mais precisam.
Susana C.