A realidade é que em Portugal ainda se morre à espera de um órgão. Nesse sentido, salvar cada vez mais vidas obriga a uma maior sensibilização para a doação, numa altura em que a escassez de órgãos é elevada e as necessidades aumentam cada vez mais.
Existem mais de três mil pessoas à espera de transplantes (2253 aguardam um rim) e até ao dia 9 de Dezembro de 2009 tinham morrido 11 doentes à espera de um órgão que lhes salve a vida, todos eles ao longo do ano passado. Os números foram revelados pela coordenadora Nacional da Unidade de Colheitas da Autoridade para os Serviços de Sangue e Transplantação (entidade que será brevemente abordada neste blogue), durante o XXII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde (mencionado num dos tópicos anteriores).
No passado ano, dos 45 pedidos urgentes de fígado, apenas foi possível responder a 30 doentes. E dos 26 pedidos de coração, apenas se conseguiram 13. Sendo assim, muitos doentes morrem em lista de espera, situação que será agravada uma vez que a procura tem vindo a aumentar.
A esperança, contudo, é grande e a sensibilização para a doação é a melhor forma de ajudar. Em Portugal, desde 1969 - altura em que o médico Linhares Furtado (à direita, na imagem) fez o primeiro transplante - e até 2008, já foram transplantados 21.290 doentes, a maioria dos quais doentes renais (8139).
Os médicos continuam a apostar na sensibilização para doação de órgãos, em vida e pós-morte e falam de "Um Portugal solidário... Quando é preciso".
A imagem a seguir apresentada é uma análise comparativa entre o número de dadores/órgãos recolhidos e o número de transplantes efectuados em Portugal, no ano de 2008:
A recolha de sangue também tem vindo a aumentar, fruto das campanhas que se têm realizado. Neste momento, existem 40 em cada mil pessoas a doar sangue, o que é um número satisfatório.
Relativamente aos dadores de medula óssea, o número de dadores encontra-se próximo dos 200 mil, graças às campanhas que se têm desenvolvido. Relativamente à caracterização destes dadores, são as mulheres que lideram a lista (60%) e a maioria tem entre 26 e 35 anos.
Outra das realidades dos transplantes prende-se com a criopreservação das células do cordão umbilical. No nosso país existe um banco publico que precisa urgentemente de ser incentivado, pois as 25 amostras por ano que foram recebidas, são muito poucas para um banco público.
Fonte de informação: JN, artigo publicado a 09/12/2009 pela jornalista Alexandra Serôdio
12 de Janeiro, Verónica Cabreira
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