sábado, 16 de janeiro de 2010

Pulmão Artificial

O Hospital de S. João, no Porto, é a primeira unidade hospitalar da Península Ibérica a desenvolver a técnica do pulmão artificial, que oxigena o sangue numa membrana exterior ao corpo.
Este equipamento está a salvar doentes com pneumonias muito graves no Hospital de S. João. Nesta altura, quatro equipamentos estão a ser aplicados, principalmente em infecções por gripe A.
O suporte do pulmão externo (ECMO) - que visa tratar falências pulmonares agudas mas reversíveis, ainda que o reversível possa significar estar à espera de um transplante - consiste em fazer sair o sangue (através da veia femoral) para o exterior do corpo onde está uma membrana que o vai oxigenar. Após oxigenado, o sangue regressa ao corpo através da veia jugular.


Basicamente, este é um passo em frente no que diz respeito a equipamentos e técnicas que aguentam o doente e os seus órgãos vitais (que já não estão capazes de desenvolver as suas funções autonomamente) o tempo suficiente para a medicação fazer o devido efeito.
O médico Roberto Roncon especializou-se nesta área, na Alemanha.
Estas membranas, com a tarefa de ajudar um órgão vital em graves dificuldades, já existem há muito tempo, sendo que se confinavam ao bloco operatório. Vista a sua importância, começou a aperfeiçoar-se esta técnica de modo a que ela saísse do bloco operatório e pudesse estar nos cuidados intensivos.

Hoje, com materiais biocompatíveis, que em nada prejudicam o corpo humano, cada membrana pode aguentar um doente durante dias ou meses, até a medicação fazer efeito.

E se, neste momento, o S. João trata as infecções graves generalizadas, como uma pneumonia, a ideia é, no futuro, levar o ECMO a outras áreas. O ECMO pode ajudar a tratar, por exemplo, a falência cardíaca; pode, ainda, aguentar um doente enquanto se decide a terapêutica a seguir.
Do mesmo modo, o ECMO pode ser uma ponte para o transplante. "Um doente que precisa de um transplante tem que curar primeiro a infecção. Quando recebe o outro órgão tem que estar bem. O ECMO ajuda a aguentar o doente enquanto a medicação faz efeito. Dá-lhe tempo de vida enquanto cura a doença que tem e espera pelo órgão novo", explicou o especialista Roberto Roncon.
No limite, esta técnica vai até permitir a recolha de mais órgãos para transplantes. "Nesta altura só é possível realizar colheita de órgãos em morte cerebral. Com o ECMO passa a ser tecnicamente possível manter os órgãos viáveis para colheita após morte por paragem cardíaca. O ECMO permite continuar a irrigação de fígado e rins apesar da morte por paragem do coração", concluiu José Artur Paiva.



Fonte de informação: JN, artigo publicado a 15.01.2010 pela jornalista Leonor Paiva Watson.

Sónia Moreira, 16 de Janeiro de 2010

1 comentário:

Anónimo disse...

Tive um familiar que precisou da intervenção da ECMO,Graças e este avanço na tecnologia Medicinal,tenho-a ao meu lado...A luta foi constante,mas superou...Espero que este testemunho,venha ajudar muitas pessoas a não perderem a Esperança. Lutem e Acreditem SEMPRE!
Os meus Parabéns a equipa do S.João,excelente equipa.