quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O nosso Sistema Imunitário - O Sistema HLA

Este semana iniciámos na disciplina de Biologia, o estudo do Sistema Imunitário. Dada a interdisciplinaridade da Área de Projecto, resolvi abordar a temática da Imunologia neste artigo, visto ser fundamental à nossa sobrevivência e ainda mais quando se inclui a presença de um órgão estranho, no nosso organismo, dada a ocorrência de um transplante.

O nosso sistema imunitário é composto por células e moléculas que estabelecem entre si uma complexa rede de comunicações, as quais têm como fim permitir a nossa defesa contra a infecção por bactérias e por vírus.
Os leucócitos ou glóbulos brancos, têm um papel fundamental nestas defesas contra agentes infecciosos e são compostos por várias células entre as quais os linfócitos.




Fundamentalmente o nosso Sistema Imunitário reconhece tudo o que lhe é estranho e assim responde a agentes infecciosos, mas também responde aos tecidos ou órgãos de dadores geneticamente diferentes. Este tipo de transplantação é designada por transplantação alogénica, ou seja entre indivíduos duma mesma espécie, mas geneticamente diferentes. Essa resposta imunitária é feita contra antigénios de histocompatibilidade expressos nas células do enxerto, antigénios HLA, e pode ser mediada por anticorpos ou pelas células T.

O SISTEMA HLA

Cada um de nós tem uma individualidade biológica característica e muito particular.
Com o nosso património genético herdamos algumas características que são marcadores dessa individualidade. Essas características vão além das que são fisicamente identificáveis e manifestam-se também na superfície das nossas células do sangue. Entre elas temos os antigénios que se expressam à superfície dos eritrócitos, os grupos AB0, e também outros antigénios que se expressam na superfície dos nossos leucócitos (glóbulos brancos) e são conhecidos como antigénios HLA - “Human Leucocyte Antigens” ou seja, traduzindo para português: “Antigénios Leucocitários Humanos”.

Estas características antigénicas são pois transmitidas de pais para filhos e por isso herdamos de cada progenitor, um dos dois conjuntos destes antigénios, que cada um deles possui. Assim, cada um de nós fica também com dois conjuntos de antigénios que irá transmitir à geração seguinte.
Destes conjuntos (haplotipos) fazem parte entre outros, os antigénios que se designam como HLA A, B, DR e DQ. Assim cada um de nós terá dois antigénios de cada um dos mencionados, salvo nos casos em que os progenitores compartilhem um antigénio igual e assim o descendente terá apenas um deles.



Os antigénios HLA são importantes para que a nossa resposta imunitária seja eficaz contra as infecções e ainda na defesa contra doenças neoplásicas.
São as moléculas HLA que vão mostrar aos nossos linfócitos T porções das bactérias e vírus que infectaram o organismo (antigénios virais e bacterianos) permitindo que os nossos linfócitos T possam responder a esses antigénios. Essa resposta nalguns casos será auxiliadora, ou seja, vai potencializar a resposta imunitária de células citotóxicas ou das células que produzem anticorpos (linfócitos B) e noutros casos será citotóxica, permitindo então destruir as células infectadas por vírus.

Este artigo é apenas uma introdução ao seguinte em que serão abordadas as funções dos antigénios HLA no reconhecimento dos antigénios HLA do dador como estranhos e as implicações colocadas pelo nosso sistema imunitário, aquando da realização de um transplante, ao nível da probabilidade de rejeição do órgão transplantado.

Verónica Cabreira, 28 de Janeiro de 2010

Sem comentários: