sexta-feira, 28 de maio de 2010

Espanha: primeiro transplante de pernas do mundo

O Hospital Universitário La Fe (Valência) vai cooperar com o cirurgião Pedro Cavadas - já responsável pelo primeiro transplante de mãos em Espanha e o primeiro transplante facial total - para realizar o primeiro transplante de pernas do mundo. A confirmação foi dada pelo Ministério da Saúde e Política Social espanhol, esta Quarta-Feira.



"Não se trata de fazer o primeiro, nem o segundo, nem o maior, nem o mais difícil. Trata-se de começar um tratamento que possa beneficiar um tipo de paciente em concreto", afirmou Pedro Cavadas em declarações à imprensa espanhola.

O paciente em questão é um jovem que sofre de amputação bilateral das pernas e que não revelou quaisquer sinais de adaptação à prótese que lhe foi aplicada.

De acordo com a agência Reuters, resta agora esperar por um dador compatível para que possa ser efectuada a operação experimental autorizada pela Organização Nacional de Transplantes (ONT).

Fonte de Informação: Boas Notícias, em 27 de Maio de 2010
Vanda Craveiro, em 28 de Maio de 2010

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Um em cada 5 doentes em diálise morrem todos os anos

A cada ano que passa, morrem 20% dos doentes dependentes de diálise. Mas, há formas de tratamento que permitem aos doentes mais autonomia e que até são mais baratas e mais cómodas, mas poucos hospitais as promovem. É o caso da diálise peritoneal, tratamento que pode ser feito em casa pelos próprios doentes evitando todos os transtornos relacionados com as deslocações periódicas aos hospitais.



Quanto aos custos, o Estado dispensa cerca de um milhão de euros por dia para suportar os custos deste tratamento. Para os insuficientes renais, o transplante é a melhor opção e é bastante conveniente numa altura em que Portugal assumiu a posição de líder mundial de transplantação renal a partir de dador cadáver, o que permitiu ao Estado poupar cerca de 175 milhões de euros só no ano passado.


Verónica Cabreira, 26 de Maio de 2010

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Prótese ocular sintética está a chegar

Para muitos pacientes que ficaram invisuais após um acidente ou doença, um transplante de córnea poderia restaurar-lhes a visão. Cada ano, 40 mil pessoas na Europa – só na Alemanha são uns sete mil – aguardam a oportunidade de poder ver de novo, graças a doadores de córnea, mas os doadores são raros.


Joachim Storsberg, do Instituto Fraunhofer for Applied Polymer Research IAP (Alemanha) desenvolveu um material e um processo de produção para córneas de plástico – o que pode ajudar alguns doentes incapazes de tolerar algumas córneas de doadores devido a doenças específicas. Devido ao seu trabalho, o investigador foi recentemente galardoado com o prémio 2010 Joseph von Fraunhofer Prize.

A córnea artificial de escala em miniatura tem de atender a determinadas especificações quase contraditórias: por um lado, o material deve crescer firmemente com as células do tecido circundante, por outro lado, as células não devem estabelecer-se na região óptica da córnea artificial – isto é, no centro – já que acabaria por prejudicar gravemente a visão.

O lado externo do implante deve ser capaz de humedecer com o fluído da lacrimal – para que a pálpebra possa deslizar, sem fricção –; caso contrário, ficará enevoado no lado de dentro e, por conseguinte, o paciente precisaria de uma nova prótese. Storsberg encontrou a solução para este problema com o seu polímero hidrofóbico. Este material já fora usado durante algum tempo em oftalmologia, por exemplo, para lentes intra-oculares. Para satisfazer as características necessárias, o polímero teve de passar por complexas etapas de desenvolvimento. O material foi completamente modificado a nível químico, e, posteriormente, testado para aprovação pública.


in Ciência Hoje de 20 de Maio de 2010
Vanda Craveiro, em 24 de Maio de 2010

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Tempo de espera por um rim é elevado

Em Portugal, os doentes podem ter de esperar quatro anos por um transplante renal, quando o tempo recomendável é de três a seis meses.

Existem cerca de 15 000 insuficientes renais terminais no nosso país, sendo que 10 000 já encontra dependente da diálise como terapia de substituição.
Ainda assim, a transplantação renal aumentou 12,9% em 2009, ano em que se realizaram 595 transplantes renais em Portugal. Esse aumento contrariou o aumento das listas de espera que viu assim o número de doentes inscritos para transplante diminuir de 2250 em 2008 para 2100 doentes em 2009.

O vídeo seguinte é uma reportagem da RTP, em que é abordada esta mesma realidade:



Segundo especialistas na área da transplantação, a sensibilização da população e a melhor organização dos serviços de saúde podem ser bastante úteis para a implementação de várias medidas que contribuem para a diminuição do tempo de espera por um rim, tais como:
  • Incentivar a realização de consultas pré-diálise, no sentido de antecipar a inscrição dos doentes em lista de espera;
  • Aumentar a doação em vida, o que já foi possibilitado pela legislação actual que permite a doação de um órgão em vida, independentemente de haver relação de consaguinidade;
  • Promover um melhor aproveitamento dos órgãos, através do transplante-dominó de rim.

Verónica Cabreira, 19 de Maio de 2010

terça-feira, 11 de maio de 2010

Rejeição de transplante renal pode estar relacionado com a mutação de um vírus

Investigadores identificaram uma mutação genética do vírus BK que pode estar ligada à rejeição no transplante renal. A descoberta foi feita num estudo com 105 pacientes transplantados com algum nível de rejeição. Os casos mais avançados ocorreram nos portadores do subtipo mais agressivo do BK.

O cientista Mariano Zalis explica que o vírus BK está presente, em estado latente, no organismo de 80% das pessoas. Os medicamentos imunossupressores tomados pelo paciente transplantado podem impedir que o corpo combata o vírus BK, que se torna activo e causa infecção.

"Não é possível dizer que o vírus foi o único factor que determinou a rejeição. Mas pacientes que têm o vírus com essa mutação precisam de atenção maior", afirma Ana Carolina Zalona.



Sónia Moreira, 11 de Maio de 2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

AFONSO COUTO JÁ TEM DADOR DE MEDULA COMPATÍVEL!!!

Afonso Couto, de seis anos, filho do piloto português André Couto, sofre de leucemia linfoblástica aguda. O diagnóstico foi feito em outubro passado e desde essa data a família procurava um dador compatível. Este sábado, a página do Facebook "Ajudar o Afonso" anuncia que o dador já foi encontrado.




Na página, que conta com mais de 16 mil seguidores, os pais deixaram uma mensagem emocionada e agradecem o apoio manifestado por todas as pessoas que se envolveram na campanha de angariação de dador. A identidade do dador compatível ainda não foi divulgada.


"O Afonso já tem dador compatível! É um enorme alívio para nós saber que finalmente o nosso filho vai poder receber a fase final da terapia curativa com maior probabilidade de curar esta [...] doença que decidiu atravessar-se no nosso caminho e no ainda curto percurso de vida do nosso querido Afonso", lê-se na página do Facebook.


Os fãs da página do Facebook, onde é possível aceder a diversos vídeos com o Afonso, ajudaram a divulgar a campanha de angariação de dador tendo desempenhado um papel fundamental no sucesso da campanha. Assim como Afonso, também duas outras meninas portuguesas, Marta e Carmen, beneficiaram da ajuda das redes sociais para encontrar um dador compatível.


Para se inscrever como doador, basta que o cidadão se dirija a centros fixos de recolha de sangue para medula espalhados por todo o país, como por exemplo, o Centro de Histocompatibilidade do Norte, no Porto e o mesmo centro sediado em Lisboa.

Fonte de Informação: Boas Notícias e Ajudar o Afonso
Vanda Craveiro, em 10 de Maio de 2010

domingo, 9 de maio de 2010

Hemodiálise

A hemodiálise é o processo de filtragem e depuração de substâncias indesejáveis do sangue, como a creatinina e a ureia. A hemodiálise é uma terapia de substituição renal realizada em pacientes portadores de insuficiência renal crónica ou aguda, já que nesses casos o organismo não consegue eliminar tais substâncias devido à falência dos mecanismos excretores renais.

Basicamente, a separação por diálise é um processo lento que depende das diferenças entre o tamanho das partículas e entre os índices de difusão dos componentes coloidais e cristaloidais. Quando uma mistura é posta num recipiente de colódio, pergaminho, ou celofane e submersa em água, pequenas moléculas atravessam a membrana, deixando as partículas coloidais no interior do recipiente.

Na hemodiálise, o sangue é obtido através de um acesso vascular, unindo uma veia e uma artéria superficial do braço (cateter venoso central ou fístula artério-venosa) e impulsionado por uma bomba até ao filtro de diálise, também conhecido como dialisador. No dialisador, o sangue é exposto à solução de diálise (dialisato), a membrana semipermeável, permitindo assim, as trocas de substâncias entre o sangue e o dialisato. Após ser retirado do paciente e passado através do dialisador, o sangue “filtrado” é então devolvido ao paciente pelo acesso vascular.




As máquinas de hemodiálise possuem vários sensores que tornam o procedimento seguro e eficaz. Os principais dispositivos presentes nas máquinas de diálise são: monitor de pressão, monitor de temperatura, condutividade do dialisato, volume de ultrafiltração, detector de ar.


Uma sessão convencional de hemodiálise tem, em média, a duração de 4 horas e frequência de 3 vezes por semana. Entretanto, de acordo com as necessidades de cada paciente, a sessão de hemodiálise pode durar 3 horas e meia ou até mesmo 5 horas, e a frequência pode variar de 2 vezes por semana até hemodiálise diária para casos seletos.

Fonte de Informação: Wikipédia
Vanda Craveiro, em 9 de Maio de 2010

Fase pré - transplante



Esta fase é semelhante em todos transplantes. É fundamental para que o transplante tenha sucesso.

É neste período que são analisadas as indicações (tipo de doença, estado de deterioração/mau funcionamento do órgão) e contra-indicações (doenças/problemas que possam impedir a realização do transplante ou provocar complicações sérias) para a realização da cirurgia.




Após avaliação do doente, se o transplante for vantajoso, o paciente será colocado em lista de espera. A obtenção de um órgão saudável é uma questão que coloca várias limitações à prática dos transplantes pois deve provir de um dador em estado de morte cerebral, excepto quando pode ser obtido de dadores vivos (muito menos frequente). Para além disso, é necessário comprovar o grau de compatibilidade dos tecidos orgânicos do potencial dador e do possível receptor, prevenindo assim uma grave reacção de rejeição ao órgão transplantado.

Ultrapassado este problema, quando surge um órgão compatível é feita a preparação do paciente e da sua família para a cirurgia. No caso de dador vivo, este também é avaliado (estado clínico, etc.). Deve ser enfatizada a necessidade da avaliação ser realizada por equipas multi-disciplinares. A correcção das “anomalias” observadas nesta fase vai contribuir para diminuir tanto as complicações operatórias quanto as do pós-operatório imediato. A avaliação meticulosa do sistema imunitário e do estado nutricional são fundamentais.

Sónia Moreira, 9 de Maio de 2010

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Mini-Congresso - Palestra sobre Transplantes e Doação de Órgãos

Daqui a exactamente uma semana (dia 12 de Maio) irá decorrer a palestra do grupo Doar Vida, na nossa escola (Escola Secundária Eça de Queirós), entre as 10.05h e as 11.35h na sala 23, no âmbito do Mini-Congresso de Área de Projecto. 
Ainda temos muito trabalho pela frente, principalmente na realização do nosso produto final - a reportagem.
Nas últimas semanas temos frequentado assiduamente a sala de estudo e biblioteca da nossa escola!
O nervosismo já é muito pois queremos que tudo corra bem e que todo o auditório goste da nossa palestra! Iremos ter como oradores convidados o Dr. Costa Maia, Cirurgião de Transplantes Hepáticos do hospital de S.João, e um membro do Instituto Potuguês do Sangue.


 Apresentamos aqui no blogue o cartaz da nossa palestra e aproveitamos para convidar todos os que estiverem interessados em assistir! Para tal deverão contactar-nos para o nosso e-mail: doarvida.12b@gmail.com

Sónia Moreira, 5 de Maio de 2010

terça-feira, 4 de maio de 2010

Transplantes Pulmonares

O que é um transplante pulmonar?

Existem actualmente cinco modalidades de transplante pulmonar: unilateral, bilateral em bloco, bilateral sequencial, cardiopulmonar e lobar (inter-vivos). A escolha do tipo de transplante a ser realizado depende de factores ligados ao receptor, como a doença de base e a idade, além de factores como a disponibilidade de órgãos.


O transplante de pulmão melhorou consideravelmente nos últimos anos. Em geral transplanta-se um único pulmão, mas em alguns casos substituem-se os dois. Quando o coração é igualmente lesado, o transplante do pulmão pode ser conjugado com o do coração (casos muito raros). Conseguir pulmões é verdadeiramente problemático, porque não é fácil conservar estes órgãos para um eventual transplante. Como consequência, sempre que se encontra um pulmão o transplante deve ser realizado o mais cedo possível.
Os transplantes de pulmão podem provir de um dador vivo ou de alguém que tenha morrido recentemente. De um dador vivo não pode obter-se mais do que um pulmão completo e, em geral, só é doado um lobo pulmonar.

O transplante lobar intervivos está indicado em adultos de peque¬no porte e crianças, nos quais a probabilidade de encontrar doadores de peso e altura compatíveis é muito pequena. Consiste no implante de um lobo inferior direito e um lobo inferior esquerdo retirados de dois doadores vivos (geralmente familiares). Embora tenham sido obtidos resultados satisfatórios com a técnica (sobrevivência de 70% após 1 ano e 45% após 5 anos), poucos centros têm realizado esse procedimento (pouco mais de 250 casos em todo o mundo). A grande limitação é o dilema ético envolvido, ou seja, expor duas pessoas saudáveis aos riscos (inclusive de morte) de uma lobectomia para beneficiar um indivíduo em estado grave.




Procedimentos cirúrgicos

Depois de os pulmões dos dadores serem removidos preservados e transportados, estes devem ser colocados no receptor num prazo de 5 a 6 horas. O paciente recebe anestesia geral e é colocado num ventilador e em bypass para oxigenar o sangue enquanto a cirurgia está a ser realizada. Faz-se uma incisão através do osso do peito (esterno). Os pulmões do paciente são removidos e os pulmões do doador são suturados no local. Após a conclusão de todas as ligações, são inseridos tubos no tórax para realizarem a drenagem de ar, líquidos e sangue durante vários dias, para permitir que os pulmões se “reexpandam” completamente.




Pós-transplante/ Riscos

Após o transplante o paciente é mantido entubado durante algum tempo.

A fisioterapia respiratória no período pós-operatório é fundamental na drenagem de secreções e na manutenção da expansão pulmonar, pois a desnervação brônquica com dessensibilização de todo o trato respiratório inferior suprime o reflexo de tosse.



O balanço hídrico deve ser rigorosamente controlado, evitando-se hiper-hidratação, pois existe tendência para edema pulmonar.


Várias complicações podem ameaçar a vida dos receptores de transplantes do pulmão. O risco de infecções é elevado porque os pulmões estão continuamente expostos ao ar, que não é estéril. Uma das complicações mais comuns é uma recuperação deficiente da zona de união da via respiratória. Em algumas pessoas que receberam transplantes de pulmão, as vias respiratórias ficam obstruídas por tecido cicatricial, o que necessita de tratamento adicional.



A rejeição de um transplante de pulmão pode ser difícil de detectar, avaliar e tratar. A fibrobroncoscopia com biópsia transbrônquica é a principal ferramenta no diagnóstico de rejeição, logo, deve ser realizada periodicamente e ao menor sinal de rejeição do enxerto. Ela também é importante para avaliar a anastomose brônquica e higienização das secreções.


A extracção dos drenos ocorre mediante redução do débito de drenagem, expansão pulmonar completa e ausência de fístula aérea. O aumento repentino do volume de drenagem pode ser indicativo de rejeição.


Deve-se esperar uma hospitalização prolongada. O período de recuperação é de aproximadamente 6 meses. Serão necessários check-ups frequentes com exames de sangue e radiológicos durante anos.


Em mais de 80 % dos receptores verificam-se algumas manifestações de rejeição cerca de um mês depois da operação. A rejeição causa febre, falta de ar e fraqueza, esta devida a uma quantidade de oxigénio no sangue insuficiente. Como no caso de outros órgãos transplantados, a rejeição de um pulmão transplantado pode ser controlada com a alteração do tipo e da dose dos medicamentos imunossupressores utilizados. Uma complicação posterior de um transplante do pulmão é o encerramento progressivo das vias respiratórias mais estreitas, o que pode representar uma rejeição gradual.



Resultados




Cerca de 80 % a 85 % das pessoas que recebem transplantes de pulmão sobrevive pelo menos um ano, e cerca de 70 % vive cinco anos.



Sónia Moreira, 4 de Maio de 2010

Hospital de S. António, uma referência na Transplantação


O Hospital Geral de S. António (HGSA), no Porto, realizou o primeiro transplante de córnea há 51 anos e o renal há 25, além de ser o único que em Portugal que realiza transplantes pancreáticos.
Este hospital é considerado uma referência na área da transplantação, com um número de transplantações realizadas e resultados ao nível dos alcançados nos melhores centros europeus.





Actualmente, o Santo António tem programas para o fígado, córnea, rins e pâncreas, havendo transplantados com mais do que um destes órgãos.

O HGSA avançou para os transplantes de pâncreas há nove anos, sendo muito exigente no diz respeito aos dadores, que raramene ultrapassam os 35/40 anos. Até ao momento, realizaram-se 115 transplantes pancreáticos em Portugal, 20 no último ano.
Um transplante pancreático, em média, custa 10 mil euros, dependendo não só da parte cirúrgica mas também do acompanhamento a que depois os doentes estão sujeitos. No entanto, o mais caro é o do fígado, que ainda assim é o mais frequente em Portugal, a nível de órgãos.

Os doentes que têm a "doença dos pezinhos" (Paramiloidose) estão entre os principais candidatos aos transplantes hepáticos, porque o seu fígado produz uma proteína anómala responsável pelos problemas motores, digestivos e cardíacos de que são alvo.
Apurou-se que estes doentes beneficiavam com um transplante de fígado. Rui Almeida, Director da Comissão Executiva do Conselho de Transplantação do HGSA, explicou porquê: "Se lhes puséssemos um fígado que não produz a tal proteína, eventualmente, pararíamos a evolução da doença, embora não completamente porque não é só o fígado que a produz".
O fígado extraído desses doentes, por outro lado, pode representar 25 anos de nova vida num doente com um cancro, com mais de 50 anos, quando ele provavelmente só teria seis meses de vida. Isto porque a produção daquela proteína anómala só começa a ter significado volvidos 25/30 anos.

Supõe-se que a intervenção realizada em 1958 de transplante da córnea - há 51 anos - foi também a primeira que se fez em Portugal tendo como objecto aquele órgão, sendo que na altura ainda não havia legislação sobre a dádiva de tecidos e órgãos.
O HGSA realizou desde essa altura 3.048 transplantes de córnea. Qualquer doente que morra no HGSA é logo referenciado. As córneas duram até dez dias pós-colheita e depois vão sendo transplantadas.

 


Este hospital portuense também tem um grande protagonismo no que toca aos transplantes renais. Segundo os seus responsáveis, é "uma das duas melhores unidades nacionais, com um total de 1670 transplantes de rim realizados até ao final de 2008.

Fonte: RTP Notícias
Verónica Cabreira, 4 de Maio de 2010

domingo, 2 de maio de 2010

Coração Artificial

Em finais de Outubro de 2009, uma empresa francesa inaugurou uma sala esterilizada, que vai permitir a produção da prótese cardíaca, que será testada em meados de 2011. Esta espécie de coração artificial pode aumentar as hipóteses de sobrevivência das pessoas com patologias cardíacas.




Há duas fases na função cardíaca. A diástole, quando os ventrículos se enchem de sangue, e a sístole, quando o sangue purificado é ejectado. Por esta razão, para conseguir uma função idêntica à do coração, a prótese tem dois ventrículos, com duas bombas em vez de uma, assim como um sistema de sensores em miniatura, que reage à actividade física e ao aumento ou diminuição dos valores da pressão sanguínea.

A prótese também incorpora novos compostos bio-tecnológicos, feitos a partir de tecido animal, tratado quimicamente, para reduzir as possibilidade de formação de coágulos sanguíneos. Um problema que foi eliminado, bem cedo, com algumas alternativas. Mas, esta prótese tem outras rupturas: de facto, o coração mecânico não pretende substituir inteiramente o coração doente, mas antes, assistir e fazer a ponte, para o transplante.

Uma outra experiência de um coração inteiramente artificial não teve sucesso, porque não batia nem pulsava de acordo com as necessidades físicas do receptor.

As doenças do coração são um problema extremamente grave, no mundo ocidental. De acordo com Marcelo Conviti, o líder da empresa que vai fabricar os corações, 100 mil pacientes precisam de um coração novo, sendo que apenas cinco mil deles têm a sorte de conseguir um transplante. Conviti espera que o coração artificial possa, no futuro, salvar alguns deles: “Nós esperamos salvar todos os 95 mil, mas em teoria, não podemos dizer isto. Depende dos indicadores, depende da nossa capacidade de treinar correctamente as equipas clínicas e do comportamento da máquina”.

Espera-se que a utilização desta prótese venha atenuar, para sempre, o défice, na oferta de corações, para transplante.


Fonte de Informação: Euronews
Vanda Craveiro, em 2 de Maio de 2010

sábado, 1 de maio de 2010

Transplante hepático

O que é um transplante hepático?

O Transplante hepático é uma cirurgia que consiste na extracção do fígado doente de uma pessoa que sofre de doença hepática crónica ou aguda para colocar, no mesmo lugar, um fígado saudável doado por alguém com morte encefálica, ou parte do fígado de um doador vivo.


O transplante de fígado apresenta alguns aspectos particulares. O órgão doente tem de ser removido pois não existe espaço no abdómen para colocar o novo fígado e para além disso, não é prudente deixar o órgão pois existe uma grande probabilidade de desenvolver um tumor maligno. É também fundamental que o sangue venoso que ia para o fígado doente (sangue que provem do intestino, pâncreas, baço e estômago) vá para o novo fígado, pois este precisa de certas substâncias, que vão nesse sangue, para manter a sua integridade. Para além disso, o fígado doente não oferece resistência à passagem do sangue fazendo assim desaparecer a elevada pressão do sangue venoso abdominal (a chamada hipertensão portal) e com isso acresce o risco de hemorragia abdominal, que é muitas vezes fatal.

Esta remoção do fígado doente - chamada hepatectomia total - é, provavelmente, a parte mais difícil e perigosa do transplante hepático. As estruturas vasculares vitais a isolar, as aderências presentes, a hipertensão venosa habitual, a deficiente coagulação e a necessidade de estabelecer, em muitos casos, um circuito externo para trazer o sangue da metade inferior do corpo ao coração, fazem desta intervenção, possivelmente o acto cirúrgico mais formidável de toda a cirurgia.

Removido o fígado doente, coloca-se o novo que se colheu do dador compatível. Este novo órgão é mantido até à cirurgia com uma solução protectora a 4ºC num recipiente envolvido em gelo. Embora o enxerto se mantenha viável nestas condições 24 ou mais horas, não convém demorar mais de 10 horas entre a colheita e a colocação na circulação do receptor.

Para colocar o enxerto no receptor fazem-se as ligações (anastomoses) entre os vasos e o canal biliar do doente e os do novo fígado. Os vasos de entrada são a veia porta e a artéria hepática; os vasos de saída são as veias supra-hepáticas. O canal biliar é o colédoco ou o hepático comum.


Feitas estas ligações - por vezes muito difíceis e exigindo alongamentos ou plastias -, o órgão começará a funcionar. A taxa de sucesso é elevada.


Pós-transplante / Riscos

Podem ocorrer várias complicações, umas fáceis de dominar, outras mais difíceis. As mais comuns são as infecções e a rejeição do órgão. Na grande maioria dos casos, tudo corre bem - a prevenção das infecções é eficaz, as rejeições agudas são facilmente debeláveis e não há complicações vasculares ou biliares. Normalmente o transplantado tem alta ao fim de três semanas. No entanto, o período de recuperação é de aproximadamente 12 semanas. Seguindo as indicações da equipa médica, tomará os medicamentos adequados, fará os controlos de rotina necessários e a sua vida irá voltar ao normal. O paciente é encorajado a retomar suas actividades diárias o mais rápido possível.

Apesar de o índice de sucesso do transplante de fígado ser um pouco inferior ao do rim, entre 70 % e 80 % dos receptores vive pelo menos um ano. A maioria dessas pessoas que sobrevivem, são receptores cujo fígado foi destruído por doenças como a cirrose biliar primária, a hepatite ou o uso de uma medicação tóxica para o fígado. O transplante de fígado, como tratamento para o cancro desse órgão, raramente dá bom resultado. O cancro costuma reaparecer no fígado transplantado ou noutro local. Menos de 20 % dos receptores vive pelo menos um ano.

Vencida a barreira do 1º ano, a probabilidade de complicações é mínima podendo, desde então, considerar-se com uma esperança e qualidade de vida semelhantes às das pessoas não sujeitas a transplante hepático.

Sónia Moreira, 1 de Maio de 2010