terça-feira, 4 de maio de 2010

Hospital de S. António, uma referência na Transplantação


O Hospital Geral de S. António (HGSA), no Porto, realizou o primeiro transplante de córnea há 51 anos e o renal há 25, além de ser o único que em Portugal que realiza transplantes pancreáticos.
Este hospital é considerado uma referência na área da transplantação, com um número de transplantações realizadas e resultados ao nível dos alcançados nos melhores centros europeus.





Actualmente, o Santo António tem programas para o fígado, córnea, rins e pâncreas, havendo transplantados com mais do que um destes órgãos.

O HGSA avançou para os transplantes de pâncreas há nove anos, sendo muito exigente no diz respeito aos dadores, que raramene ultrapassam os 35/40 anos. Até ao momento, realizaram-se 115 transplantes pancreáticos em Portugal, 20 no último ano.
Um transplante pancreático, em média, custa 10 mil euros, dependendo não só da parte cirúrgica mas também do acompanhamento a que depois os doentes estão sujeitos. No entanto, o mais caro é o do fígado, que ainda assim é o mais frequente em Portugal, a nível de órgãos.

Os doentes que têm a "doença dos pezinhos" (Paramiloidose) estão entre os principais candidatos aos transplantes hepáticos, porque o seu fígado produz uma proteína anómala responsável pelos problemas motores, digestivos e cardíacos de que são alvo.
Apurou-se que estes doentes beneficiavam com um transplante de fígado. Rui Almeida, Director da Comissão Executiva do Conselho de Transplantação do HGSA, explicou porquê: "Se lhes puséssemos um fígado que não produz a tal proteína, eventualmente, pararíamos a evolução da doença, embora não completamente porque não é só o fígado que a produz".
O fígado extraído desses doentes, por outro lado, pode representar 25 anos de nova vida num doente com um cancro, com mais de 50 anos, quando ele provavelmente só teria seis meses de vida. Isto porque a produção daquela proteína anómala só começa a ter significado volvidos 25/30 anos.

Supõe-se que a intervenção realizada em 1958 de transplante da córnea - há 51 anos - foi também a primeira que se fez em Portugal tendo como objecto aquele órgão, sendo que na altura ainda não havia legislação sobre a dádiva de tecidos e órgãos.
O HGSA realizou desde essa altura 3.048 transplantes de córnea. Qualquer doente que morra no HGSA é logo referenciado. As córneas duram até dez dias pós-colheita e depois vão sendo transplantadas.

 


Este hospital portuense também tem um grande protagonismo no que toca aos transplantes renais. Segundo os seus responsáveis, é "uma das duas melhores unidades nacionais, com um total de 1670 transplantes de rim realizados até ao final de 2008.

Fonte: RTP Notícias
Verónica Cabreira, 4 de Maio de 2010

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