terça-feira, 4 de maio de 2010

Transplantes Pulmonares

O que é um transplante pulmonar?

Existem actualmente cinco modalidades de transplante pulmonar: unilateral, bilateral em bloco, bilateral sequencial, cardiopulmonar e lobar (inter-vivos). A escolha do tipo de transplante a ser realizado depende de factores ligados ao receptor, como a doença de base e a idade, além de factores como a disponibilidade de órgãos.


O transplante de pulmão melhorou consideravelmente nos últimos anos. Em geral transplanta-se um único pulmão, mas em alguns casos substituem-se os dois. Quando o coração é igualmente lesado, o transplante do pulmão pode ser conjugado com o do coração (casos muito raros). Conseguir pulmões é verdadeiramente problemático, porque não é fácil conservar estes órgãos para um eventual transplante. Como consequência, sempre que se encontra um pulmão o transplante deve ser realizado o mais cedo possível.
Os transplantes de pulmão podem provir de um dador vivo ou de alguém que tenha morrido recentemente. De um dador vivo não pode obter-se mais do que um pulmão completo e, em geral, só é doado um lobo pulmonar.

O transplante lobar intervivos está indicado em adultos de peque¬no porte e crianças, nos quais a probabilidade de encontrar doadores de peso e altura compatíveis é muito pequena. Consiste no implante de um lobo inferior direito e um lobo inferior esquerdo retirados de dois doadores vivos (geralmente familiares). Embora tenham sido obtidos resultados satisfatórios com a técnica (sobrevivência de 70% após 1 ano e 45% após 5 anos), poucos centros têm realizado esse procedimento (pouco mais de 250 casos em todo o mundo). A grande limitação é o dilema ético envolvido, ou seja, expor duas pessoas saudáveis aos riscos (inclusive de morte) de uma lobectomia para beneficiar um indivíduo em estado grave.




Procedimentos cirúrgicos

Depois de os pulmões dos dadores serem removidos preservados e transportados, estes devem ser colocados no receptor num prazo de 5 a 6 horas. O paciente recebe anestesia geral e é colocado num ventilador e em bypass para oxigenar o sangue enquanto a cirurgia está a ser realizada. Faz-se uma incisão através do osso do peito (esterno). Os pulmões do paciente são removidos e os pulmões do doador são suturados no local. Após a conclusão de todas as ligações, são inseridos tubos no tórax para realizarem a drenagem de ar, líquidos e sangue durante vários dias, para permitir que os pulmões se “reexpandam” completamente.




Pós-transplante/ Riscos

Após o transplante o paciente é mantido entubado durante algum tempo.

A fisioterapia respiratória no período pós-operatório é fundamental na drenagem de secreções e na manutenção da expansão pulmonar, pois a desnervação brônquica com dessensibilização de todo o trato respiratório inferior suprime o reflexo de tosse.



O balanço hídrico deve ser rigorosamente controlado, evitando-se hiper-hidratação, pois existe tendência para edema pulmonar.


Várias complicações podem ameaçar a vida dos receptores de transplantes do pulmão. O risco de infecções é elevado porque os pulmões estão continuamente expostos ao ar, que não é estéril. Uma das complicações mais comuns é uma recuperação deficiente da zona de união da via respiratória. Em algumas pessoas que receberam transplantes de pulmão, as vias respiratórias ficam obstruídas por tecido cicatricial, o que necessita de tratamento adicional.



A rejeição de um transplante de pulmão pode ser difícil de detectar, avaliar e tratar. A fibrobroncoscopia com biópsia transbrônquica é a principal ferramenta no diagnóstico de rejeição, logo, deve ser realizada periodicamente e ao menor sinal de rejeição do enxerto. Ela também é importante para avaliar a anastomose brônquica e higienização das secreções.


A extracção dos drenos ocorre mediante redução do débito de drenagem, expansão pulmonar completa e ausência de fístula aérea. O aumento repentino do volume de drenagem pode ser indicativo de rejeição.


Deve-se esperar uma hospitalização prolongada. O período de recuperação é de aproximadamente 6 meses. Serão necessários check-ups frequentes com exames de sangue e radiológicos durante anos.


Em mais de 80 % dos receptores verificam-se algumas manifestações de rejeição cerca de um mês depois da operação. A rejeição causa febre, falta de ar e fraqueza, esta devida a uma quantidade de oxigénio no sangue insuficiente. Como no caso de outros órgãos transplantados, a rejeição de um pulmão transplantado pode ser controlada com a alteração do tipo e da dose dos medicamentos imunossupressores utilizados. Uma complicação posterior de um transplante do pulmão é o encerramento progressivo das vias respiratórias mais estreitas, o que pode representar uma rejeição gradual.



Resultados




Cerca de 80 % a 85 % das pessoas que recebem transplantes de pulmão sobrevive pelo menos um ano, e cerca de 70 % vive cinco anos.



Sónia Moreira, 4 de Maio de 2010

2 comentários:

Anónimo disse...

Tem idade pra poder doar?
No meu caso sou menor de idade e uma amiga precisa de um transplante, eu queria muito poder doar, mais não estou informada do procedimento.

Anónimo disse...

Uma doadora de 19 anos pode doar pra sua vó que te 58 anos?