segunda-feira, 29 de março de 2010

Pele: encontrada a mãe de todas as células

Cientistas holandeses e suecos encontraram a mãe, a origem, de todas as células da pele. A descoberta pode alterar drasticamente os transplantes de pele e os tratamentos de pessoas que sofreram lesões severas, como queimaduras.




Hans Clevers e uma equipa de investigadores holandeses e suecos realizaram o estudo em ratos e descobriram que a célula estaminal que dá origem a todas as outras células da pele vive nos folículos dos pêlos.



A pele é composta por três grupos de células: as dos folículos dos pêlos, as das glândulas sebáceas e as células de um tecido intermédio conhecido como epiderme folicular. Os cientistas já sabiam que seria possível reproduzir as células de cada um deste grupo, mas até agora ainda não se tinha encontrado a célula "mãe" capaz de reproduzir os três grupos simultaneamente.



A descoberta, que segundo os investigadores se aplica também aos humanos, significa que poderá ser possível usar estas células estaminais para reparar lesões graves de pele e fazer transplantes, noticiou o jornal Science.



"Esta é a mãe de todas as células estaminais da pele, é a que produz a outras células estaminais," disse Hans Clevers, da Real Academia de Artes e Ciências dos Países Baixos, no Utrecht, à Reuters.



"Estas células também existem em humanos, nós conseguimos vê-las, e a premissa é que estas células vão ser muito mais eficientes do que qualquer outro métodos usado actualmente para criar pele nova", acescentou.



Os cientistas já são capazes de fazer crescer pele nova em laboratórios usando tecido da pele dos próprios pacientes vítimas de queimaduras severas, mas a nova pele é normalmente demasiado brilhante, seca e sem pêlo, o que lhe dá um aspecto estranho.



Clevers afirma que a descoberta da "mãe" de todas as células vai permitir a criação de nova pele a partir da origem, gerando verdadeira pele com as necessárias glândulas sebáceas e pêlos.



Hans Clevers afirma que os pesquisadores precisam agora de isolar as células estaminais Lrg6 da pele humana o que pode demorar entre 2 a 3 anos.

Fonte de Informação: Boas Notícias
Vanda Craveiro, em 29 de Março de 2010

sábado, 27 de março de 2010

Vídeo da Campanha na ESEQ

Oláa :)
São 1h41min e finalmente consegui terminar o que queria fazer.. Há muito que gostávamos de ter publicado no blogue imagens da Campanha de recolha de sangue e inscrição voluntária de dadores de Medula Óssea que decorreu na nossa escola, no entanto, ainda não tínhamos todas as imagens disponíveis e também por falta de tempo isso foi adiado.
Por isso, hoje, dia que começam as férias decidi fazer este vídeo que engloba os principais momentos desta nossa actividade. É importante referir que o vídeo ainda carece de algumas alterações, mas optei por avançar já a primeira versão, espero que gostem :)



Verónica Cabreira, 27 de Março de 2010

sexta-feira, 26 de março de 2010

Conferência em Madrid sobre doação e transplante de órgãos

A Conferência de Madrid sobre doação e transplantação - Desafios Europeu e Universal na doação de órgãos em busca de soluções globais – foi organizada no âmbito da Presidência Espanhola da Comunidade Europeia, sob a égide também da Organização Mundial de Saúde e da Sociedade de Transplantação.
Este encontro, que decorreu entre os dias 23 e 25 de Março, reflectiu as preocupações europeias e mundiais no que se refere à escassez de órgãos para transplante, o aumento do número de doentes em lista de espera para transplantação e a procura de respostas efectivas para estes problemas. Nesse sentido, nesta acção discutiu-se o conceito de auto-suficiência em transplante de órgãos, para estudar os sistemas que estão a progredir no sentido de atingir essa auto-suficiência e fornecer orientações recomendadas para ajudar a consegui-lo, em vários níveis.
O evento contou, entre outros, com representantes da saúde dos Estados-Membros, representantes do Parlamento Europeu e Comissão Europeia, bem como associações de pacientes transplantados.

A Comissão Europeia tem trabalhado na promoção de duas medidas: a proposta de uma nova Directiva sobre Qualidade e Segurança na doação de órgãos para transplantação de carácter legislativo e o Plano de Acção para a Doação e Transplante de Órgãos 2009-2015, de promoção geral da doação de órgãos.

Durante o encontro que reuniu autoridades e especialistas dos cinco continentes, foram definidas linhas para uma nova directiva europeia de transplantes de órgãos, que poderá permitir o acesso de 500 milhões de pessoas ao procedimento. Esse texto será votado nos finais de Junho pelo Parlamento Europeu.
De acordo com o ministra de Saúde e Políticas Sociais da Espanha, Trinidad Jimenez, as linhas da actual directiva da Europa, neste campo, baseiam-se no modelo espanhol, sendo que sua aplicação pode garantir a vida para mais de 20 mil pacientes.

Actualmente, a Espanha é o país com maior número de dadores por milhão de habitantes (34,4), seguida de Portugal com 31,2. O índice é quase o dobro da média da União Europeia (18,1). De acordo com o Conselho da Europa, neste continente existem cerca de 60 mil pessoas à espera de um transplante.


Aspectos como a legislação e a participação do sector público na realização dos procedimentos chamam também a atenção internacional para o modelo brasileiro. O Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes realizados na rede pública. De 1999 a 2004, o número de doações e transplantes cresceu até 150% em todo o território nacional. O país conta com 548 estabelecimentos de saúde e 1.376 equipas médicas autorizadas a realizar transplantes. Em 10 anos, houve ampliação de 280% no número de unidades habilitadas para a realização de transplantes, sendo por isso um exemplo a seguir pelos restantes países.

Bruxelas quer assim estimular, coordenar e enquadrar as doações, procurando uniformizar a segurança mas também duplicar o número de doações, que é, hoje, em média, de 18 num milhão. O objectivo final é obter a auto-suficiência em termos de órgãos, acabando com o tráfico e o "turismo" dos transplantes, que leva os ricos até países como a China.

Verónica Cabreira, 26 de Março de 2010

Transplante pancreático

O transplante de pâncreas efectua-se apenas em determinadas pessoas diabéticas. Diferentemente da transplantação de outros órgãos, não se trata aqui de um último recurso para salvar a vida do paciente. Pode eliminar ou reduzir a necessidade de injecções diárias de insulina e pode prevenir (e até reverter) algumas das complicações que a diabetes pode causar.


Um pâncreas transplantado não é um órgão de substituição, já que o cirurgião deixará o pâncreas do paciente no lugar. Este não pode produzir insulina, mas ainda produz sucos digestivos. O pâncreas transplantado é colocado na porção inferior do abdómen.

O transplante pancreático não é apropriado para a maioria dos diabéticos. Em geral, reserva-se para aquelas pessoas cuja concentração de açúcar no sangue é muito difícil de controlar e que não tenham sofrido complicações graves.
 

Mais de metade das pessoas submetidas a um transplante pancreático por causa da diabetes têm posteriormente níveis normais de açúcar no sangue, geralmente sem utilizar insulina. No entanto, o receptor de um novo pâncreas deve tomar fármacos imunossupressores, que aumentam o risco de infecção e outras complicações. Como consequência, o risco de receber insulina e não controlar bem a diabetes é substituído pelo risco de suprimir o sistema imunitário, mas levando a uma melhor regulação da diabetes. Devido ao risco que a imunossupressão implica, a maioria dos transplantes pancreáticos foi efectuada em indivíduos diabéticos que também precisavam de um transplante de rim devido a uma insuficiência renal.

Os investigadores estão a colocar a possibilidade de transplantar somente as células pancreáticas que produzem insulina (as células dos ilhéus), em vez da totalidade do pâncreas. De momento, os resultados são animadores, mas este processo está ainda em fase experimental.

Sónia Moreira, 26 de Março de 2010

quinta-feira, 25 de março de 2010

Australiano com sangue raro salva milhões

O australiano James Harrison, dono de um tipo sanguíneo raro, já salvou a vida de 2,2 milhões de recém-nascidos, incluindo a do próprio neto, noticia a BBC. Nos últimos 50 anos, Harrison já fez cerca de 984 doações de sangue, estando perto de alcançar o recorde de 1000 doações.


O plasma sanguíneo deste australiano é usado num tratamento que é aplicado nas mulheres grávidas para evitar que seus bebés sejam afectados pelo factor de Rhesus, também conhecido como doença hemolítica, que causa incompatibilidade entre o feto e a mãe.

Esta doença acontece quando o sangue da mãe é Rh- e o do bebé é Rh+, uma conjuntura que leva o organismo materno a criar anticorpos que atacam o sangue do bebé. Normalmente, na primeira gravidez, os anticorpos gerados não põe em perigo a vida do feto. Mas nas gestações posteriores o factor Rhesus pode causar sérias complicações e mesmo a morte do bebé.


A doença hemolítica pode ser moderada mas também pode conduzir à icterícia, a lesões cerebrais ou a morte da criança. O tratamento feito com o sangue de Harrison (conhecido como Anti-D) funciona como profilaxia, prevenindo a formação de anticorpos contra eritrócitos Rh-positivos em pessoas Rh-negativas.

Antes deste tratamento ter surgido, a doença de Rhesus era a causa de morte e de danos cerebrais de milhares de recém-nascidos na Austrália.

Aos 14 anos de idade, Harrison teve de passar por uma cirurgia no peito e precisou de quase 14 litros de sangue para sobreviver. A experiência levou-o a fazer doações de sangue regularmente, a partir dos 18 anos de idade.

Segundo a BBC, o seu sangue foi considerado tão especial que o australiano recebeu um seguro de vida no valor de um milhão de dólares australianos, cerca de 679 mil euros.

Fonte de Informação: Boas Notícias
Vanda Craveiro, em 25 de Março de 2010

quarta-feira, 24 de março de 2010

Balanço da Palestra do Centro de Histocompatibilidade do Norte

A Palestra organizada pelo nosso grupo em colaboração com o Centro de Histocompatibilidade do Norte, decorreu ontem à tarde no auditório da ESEQ.


Tal como previsto, deslocaram-se até à nossa escola o Dr. José Teixeira, Director Técnico do LUSOCORD e também o Dr. João Mota, psicólogo do CEDACE.

Esta actividade decorreu da melhor forma possível, com o Dr. Fernando a registar a maior intervenção na palestra, a qual cativou todos os alunos, que se mantiveram atentos durante os 90 minutos, apesar de a maioria deles ainda frequentar o 10º e 11º anos de escolaridade, o que pode ter comprometido a compreensão de todos os assuntos abordados.

Ao contrário do que esperávamos, a Palestra incidiu sobre a temática dos Transplantes em geral, realizados em Portugal, e não só sobre o Transplante de Medula Óssea e Células Estaminais, embora se tenha focado um pouco mais nestes pontos.
Durante a apresentação foi mostrado tudo o que se faz em Portugal em termos de transplantes, iniciando-se nas funções e áreas de intervenção dos Centros de Histocompatilibilidade, assim como com uma perspectiva histórica sobre a evolução dos Transplantes, passando pelas técnicas cirúrgicas a que se recorre em cada transplante e muitos outros assuntos. O Dr. Fernando, abordou ainda a questão dos órgãos artificiais e da Xenotransplantação (transplante humano a partir de dador animal), como soluções para colmatar a escassez actual de órgãos para transplante, facto que já tem vindo a ser solucionado em parte pela doação de órgãos em vida.



No final, o Dr. João Mota apresentou um vídeo-testemunho de uma pessoa que se encontrava inscrita no Registo Nacional de Dadores Voluntários de Medula Óssea, a quem foi diagnosticada Leucemia. Felizmente, este foi um caso de sucesso, dado que essa pessoa já encontrou dador compatível e submeteu-se a um Transplante de Medula Óssea, encontrando-se neste momento ainda a recuperar dessa situação.


O balanço que fazemos da palestra é muito positivo, dada a pertinência do tema abordado, e da reacção que obtivemos das pessoas presentes, que não quiseram deixar de comentar o que tinham assistido. A palestra foi filmada na íntegra e também recolhemos fotografias, como se pode ver neste artigo.



Contámos com a presença de vários professores, a quem agradecemos, nomeadamente a nossa Professora Emília Subida. Relativamente a alunos, pensamos que eram cerca de 70 os presentes, dado que 66 responderam ao inquérito por nós elaborado para avaliação da palestra, embora nem todos o tenham feito.
A análise deste inquérito será posteriormente publicada no blogue.


Como forma de agradecer aos palestrantes, o grupo elaborou Certificados de Presença, que lhes foram entregues, assim como também foi dado, a cada um deles, o Anuário da ESEQ referente ao ano 2008/2009, fornecido pelo Conselho Directivo da escola. O grupo elaborou ainda folhetins de agradecimento para todos os participantes na actividade.

Esperámos que esta actividade venha a surtir efeitos futuros e tenha sensibilizado todos os presentes para este tema e para as causas nobres defendidas, principalmente a Doação de Medula Óssea e Células Estaminais.


Para mais informações, o grupo encontra-se disponível para esclarecer pessoalmente ou via comentário/e-mail todas e quaisquer dúvidas que possam surgir sobre estas temáticas.

Agradecimentos do Grupo Doar Vida

Verónica Cabreira, 24 de Março de 2009

terça-feira, 23 de março de 2010

Reconstruir o lábio com músculos do pescoço

Pés de galinha, rugas de expressão ou o encolhimento dos lábios são os primeiros sinais de envelhecimento facial. Uma equipa de investigadores descobriu uma forma permanente de aumentar os lábios, preenchendo-os com o enxerto de músculos e de tecido conjuntivo do pescoço. Os resultados do estudo foram publicados no «Archives of Facial Plastic Surgery» e segundo relata o trabalho, não se registaram casos de deformações nem limitações ou feridas.



Os lábios vão perdendo volume com o tempo e esteticamente há quem se preocupe especialmente com esta zona do rosto, mas a descoberta vai muito para além disso, tendo em conta as portas que abrem no campo da cirurgia reconstrutiva – em caso de deformações provocadas por acidente ou doença.

Anurag Agarwal e a sua equipa de investigação, no Centro de Cirurgia Estética, na Florida (EUA), explicaram que para chegar ao procedimento, a ideia foi encontrar uma forma de transplante que fosse permanente, que não produzisse reacções, nem quistos ou assimetrias, nem uma imagem anti-natural.

Os cirurgiões analisaram o resultado de 25 pacientes que se submeteram ao transplante com o enxerto do seu próprio esternocleidomastóideo – um músculo da face lateral do pescoço e o tecido conjuntivo que o cobre. Os pacientes foram seguidos durante dois anos e os especialistas verificaram que a parte rosada dos lábios aumentou entre 20 a 24 por cento, e o perfil entre 0,90 e 0,99 milímetros. Os investigadores sublinham que tratando-se de material autólogo (pertencente ao próprio paciente), não se verificam por isso efeitos adversos.

Fonte de Informação: Ciência Hoje
Vanda Craveiro, em 23 de Março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

Palestra sobre Medula Óssea e Células Estaminais

Olá !
Antes de mais pedimos desculpa pela ausência de publicações durante a última semana. Infelizmente, estivemos muito ocupadas com avaliações para as várias disciplinas, inclusive para a disciplina de Área de Projecto, para a qual estivemos a elaborar o relatório colectivo do projecto e a apresentação oral do seu desenvolvimento até ao momento.

Para amanhã à tarde, temos programada uma actividade no Auditório da ESEQ, pelas 15h15min.

Esta actividade tem o apoio do Centro de Histocompatibilidade do Norte e consistirá numa Palestra em que serão abordadas várias temáticas relacionadas com a Medula Óssea e Células estaminais e terá como oradores o Dr. Fernando Teixeira do LUSOCORD (Banco Público de Células Estaminais) e em princípio do Dr. João Mota do CEDACE (Registo Nacional de Dadores Voluntários de Medula Óssea).

Para esta palestra temos a presença confirmada de duas turmas, no entanto, apelamos à comparência de toda a comunidade escolar e não-escolar que deseje comparecer.
Dada a pertinência deste tema, consideramos que se trata de uma actividade fundamental e pretendemos que seja esclarecedora relativamente à importância da inscrição como dador de medula óssea e da doação de células do cordão umbilical, assim como da intenção de salvar uma vida subjacente a esses gestos voluntários.

Encontram-se afixados dois cartazes na nossa escola, destinados à divulgação da Palestra (como se pode ver na imagem).



Sendo esta a nossa última actividade deste período e de cariz essencial esperamos que corra da melhor forma possível, daí a importância de termos um auditório repleto de elementos atentos a todas as intervenções que se irão registar.

Durante esta actividade serão ainda recolhidas imagens que posteriormente serão publicadas aqui no blogue, assim como também serão publicadas as imagens recolhidas durante a Campanha de Recolha de Sangue e Medula Óssea que decorreu na ESEQ, no dia 26 de Fevereiro, do qual fazemos um balanço bastante positivo.

Contamos com a presença de todos os interessados, prometemos uma sessão esclarecedora e muito pertinente, que possa incentivar a população a doar vida, isto é, a doar um pouco de si com o propósito de salvar uma vida :)

Atenciosamente o Grupo Doar Vida

Verónica Cabreira, 22 de Março de 2010

sábado, 13 de março de 2010

Doar rim não reduz expectativa de vida

Um estudo realizado nos Estados Unidos, com mais de 80 mil dadores, demostrou que pessoas que doam um dos rins vivem tanto tempo quanto quem permanece com os dois, comprovando definitivamente o baixo risco da cirurgia.


Os autores do estudo afirmam que atestar a segurança do procedimento é essencial para diminuir a fila de pessoas com insuficiência renal à espera de um transplante.
O artigo mostra que, nos primeiros 90 dias após a cirurgia, apenas 3,1 de cada 10 mil doadores sofrem complicações fatais. Intervenções comuns como a remoção da vesícula biliar possuem um risco associado seis vezes maior. Nos anos seguintes, esse risco iguala o de pessoas que não passaram pela cirurgia. Os pesquisadores acompanharam os doadores durante 15 anos - de abril de 1994 a março de 2009.


Sónia Moreira, 13 de Março de 2010

Transplantes: Centro de Portugal é a região do mundo com mais dadores

O Centro de Portugal é a região do mundo com mais dadores de órgãos para transplantes por milhão de habitantes em 2009, surgindo à frente de Espanha, líder mundial de colheitas.
Segundo uma nota divulgada pelos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), que citam dados da Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação (ASST), o Centro foi a região do país que mais contribuiu para a colheita de órgãos em 2009, registando 42,7 dadores por milhão de habitantes (pmh), quando Espanha obteve, em termos nacionais, 34,4 dadores/pmh.

Em termos nacionais, Portugal registou 31,17 dadores/pmh, o que coloca o país em segundo lugar em termos mundiais, segundo os dados fornecidos à agência Lusa pelos HUC.

O Gabinete de Coordenação de Colheita e Transplantação da Região Centro (GCCTRC), que funciona nos HUC e abrange também a região dos Açores, teve 112 dadores (59 só nos HUC e os restantes nos 11 hospitais, incluindo distritais, integrados), que forneceram um total de 303 órgãos para transplante.
Bastante atrás do Centro surge a Zona Sul e Madeira, com 28,2 dadores/pmh.
Em termos de unidades hospitalares, os HUC destacam-se no panorama nacional, com 59 dadores, contra 33 no Hospital de S. João e 32 no Hospital de Santo António.


“A contribuição desses hospitais tem sido de um valor enorme, se não tivéssemos criado uma sensibilização nessas unidades, muitos potenciais dadores não teriam sido aproveitados”, afirmou uma especialista dos HUC, sublinhando o “grande aumento de dadores do foro médico (vítimas sobretudo de acidentes vasculares cerebrais e não de traumas provocados por acidentes, alteração necessária face ao número cada vez menor de vítimas de acidente).
 
“Se o resto do país começar a trabalhar como a região Centro, Portugal pode para o ano ultrapassar Espanha na colheita de órgãos”, afirmou o presidente do conselho de administração dos HUC, Fernando Regateiro, que também destacou o trabalho e empenho dos profissionais envolvidos.
Fonte: RCM Pharma  
Verónica Cabreira, 13 de Março de 2010

Diabetes são principal causa de doença renal

Assinalou-se, dia 11 de Março, o Dia Mundial do Rim, uma iniciativa conjunta da Sociedade Internacional de Nefrologia e da Federação Internacional de Fundações do Rim. Este ano, as atenções recaem sobre a diabetes, principal causa de doença renal crónica grave que necessita de diálise ou transplantes.


A nefropatia diabética é também responsável por um terço de todos os doentes que iniciam diálise. Esta patologia, que se caracteriza por albuminúria persistente (presença de albumina na urina), evoluindo para insuficiência renal crónica, atinge 40 por cento dos doentes com diabetes tipo I e 25 por cento dos doentes com diabetes tipo II.

"O facto de haver muito mais diabéticos tipo II em diálise resulta da maior prevalência deste tipo de diabetes", segundo a Sociedade Portuguesa de Nefrologia, que debate este tema, no IX Congresso Português de Diabetes, que está a decorrer em Vilamoura.

À luz deste congresso, o presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), José Manuel Boavida, sublinhou mesmo que a diabetes tem “tem registado um aumento impressionante” e que “nos últimos 20 anos deve ter quadruplicado o número de doentes” com esta doença. “Para dar uma ideia, um médico de família tinha em média 30 a 40 diabéticos nas suas listas de doentes e hoje tem 100 a 120", acrescentou.

A comemoração do Dia Mundial do Rim pretende alertar para a importância dos rins na saúde global e reduzir a frequência e o impacto da doença renal e dos problemas a ela associados, no mundo inteiro. Além disso, a Sociedade Internacional de Nefrologia ambiciona promover a realização de rastreios, estimular a prevenção e sensibilizar os profissionais de saúde para o seu papel na detecção e redução do risco de doença renal crónica, sobretudo na população de elevado risco.

É importante relembrar que, se detectadas precocemente, as doenças crónicas renais podem ser tratadas, reduzindo assim a possibilidade de complicações associadas e de mortes e incapacidades resultantes de doença crónica renal e cardiovascular no mundo inteiro.

Fonte de Informação: Ciência Hoje
Vanda Craveiro, em 13 de Março de 2010

terça-feira, 9 de março de 2010

ASST – Autoridade para os Serviços de Sangue e Transplantação

A ASST é uma entidade nacional que tem por missão fiscalizar a qualidade e segurança da dádiva, colheita, análise, processamento, armazenamento e distribuição de sangue humano e de componentes sanguíneos, bem como garantir a qualidade da dádiva, colheita, análise, manipulação, preservação, armazenamento e distribuição de órgãos, tecidos e células de origem humana. Toda a sua actividade é exercida em todo o território nacional.

A ASST encontra-se estruturada do seguinte modo:



Enquanto Autoridade a ASST deve propor medidas de natureza política ou legislativa nas matérias relacionadas com as suas atribuições acima referidas e participar na definição estratégica global de desenvolvimento da colheita e transplantação de órgãos, tecidos e células de origem humana, designadamente um regime de incentivos à actividade de transplantação e organização da Rede Nacional de Colheita e Transplantação.

É ainda sua função, a de proceder ao intercâmbio de informações com entidades comunitárias e internacionais nos domínios da dádiva de sangue e da transplantação.
Por fim, compete à Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação (ASST) autorizar os bancos de tecidos e células, no que diz respeito às actividades de colheita, análise, processamento, armazenamento e distribuição, de acordo com o disposto na Lei n.º 12/2009.

Artigo relacionado já publicado: Rede Nacional de Colheita e Transplantação


Verónica Cabreira, 9 de Março de 2010

segunda-feira, 8 de março de 2010

Transplante de traqueia

Médicos Belgas conseguiram realizar com sucesso um transplante de traqueia. Para tal, deixaram o órgão implantado no braço da paciente durante cerca de dez meses, para que os novos tecidos pudessem crescer e prevenir a rejeição. Foi a primeira vez que a técnica foi aplicada com sucesso usando um órgão tão grande.
A paciente, Linda de Crookck, de 54 anos, viveu com dores e desconforto permanentes durante cerca de 25 anos, após a sua traqueia ter sido esmagada num acidente de viação. Duas peças de metal foram colocadas para manter o órgão aberto para a passagem de ar: "Antes do meu transplante, a minha vida estava a tornar-se cada vez mais insuportável, com dor contínua e pontadas na minha garganta", conta.
Procurou médicos que pudessem ajudá-la e descobriu na internet que uma equipa de especialistas do hospital da Universidade Católica de Leuven tinha realizado transplantes semelhantes com órgãos menores. Surgiu assim uma nova esperança.
Após encontrar um doador, a equipa, liderada pelo cirurgião Pierre Delaere, envolveu o órgão com tecidos da paciente e implantou-o no seu antebraço esquerdo. A traqueia foi ligada a uma artéria para receber sangue. O braço foi enfaixado e engessado. Segundo ela, foi estranho e desconfortável. A paciente também teve de tomar remédios para impedir que o seu sistema imunitário rejeitasse o novo órgão.
Hoje, apesar de a traqueia recebida ainda ter algum tecido do dador original, o tecido da paciente envolve o órgão e, por este motivo, ela não precisa de continuar a tomar medicamentos imunossupressores.



Sónia Moreira, 8 de Março de 2010

sábado, 6 de março de 2010

Stinne Holm é a primeira mulher a ter duas crianças após transplante de tecido ovárico

Pela primeira vez, uma mulher, Stinne Holm, deu à luz duas crianças saudáveis, em gravidezes separadas, após ter realizado um transplante do tecido ovárico – que lhe tinha sido removido e congelado, durante o tratamento que fez no seguimento de ter desenvolvido cancro, e reposto após a cura.

 

Claus Yding Andersen, o seu médico, reportou o caso na passada quinta-feira no jornal «Human Reproduction» – uma publicação prestigiada na área da medicina reprodutiva. “Esta é a primeira mulher no Mundo a ter duas crianças, em gravidezes separadas, como resultado de um transplante de tecido de reserva congelado”, disse.

O nascimento da primeira filha, Aviaja, foi em Fevereiro de 2007 e, em Janeiro de 2008, Stinne Holm recorreu a uma clínica de reprodução assistida porque estava a pensar em ter um segundo bebé. Recebeu tratamento para fertilização e em Setembro de 2008 concebeu a segunda menina, Lucca.

Andersen assinala ainda que este caso assegura "a criopreservação de tecido ovárico como uma método válido de preservação de fertilidade e que pode também encorajar a desenvolver novas técnicas de procedimento clínico, em mulheres que se sujeitem a tratamentos que poderão danificar os seus tecidos”.

Até agora, já nasceram nove crianças (incluído as de Stinne Holm Bergholdt) resultantes desta experiência. Três das mães, também na Dinamarca, foram igualmente tratadas por Andersen, que é ainda docente em Psicologia Reprodutiva Humana na Universidade de Copenhaga. Todas as gravidezes ocorreram na Europa.

Bergholdt é também uma das autoras do estudo e quando a doença lhe foi diagnosticada, em 2004, decidiu remover e congelar parte do seu ovário direito, antes de iniciar a quimioterapia; já que o esquerdo lhe foi retirado devido a um quisto detectado anteriormente.

Funcionamento normal

O tratamento foi bem sucedido, mas como esperado, a medicação provocou-lhe menopausa. Em Dezembro de 2005, seis pequenas bandas de tecido foram-lhe transplantadas no que restava do ovário e este recomeçou a funcionar normalmente. Após estimulação ovárica, concebeu a primeira filha, Aviaja, e, quando decidiu engravidar pela segunda vez, recorreu à clínica de fertilidade de Andersen, para retomar o tratamento e foi quando se apercebeu que já estava grávida normalmente.
À segunda é milagre

Bergholdt referiu: “Quando soube que estava grávida pela primeira vez fiquei muito contente, mas também com medo e bastante céptica, porque achei difícil acreditar que o meu corpo voltara a funcionar. O meu cancro foi diagnosticado tardiamente por os médicos não terem levado as minhas queixas a sério, na altura, e não paravam de me dizer que estava tudo bem. Por isso, é que duvidei que fosse verdade quando me disseram que ia ter um bebé. Depois, comecei a acreditar e a aproveitar todos os aspectos da gravidez”.

Quando recorreu à clínica e se apercebeu que já estava grávida e tinha acontecido naturalmente, sem o tratamento de fertilidade, considerou que tinha sido “um milagre”. No entanto, Bergholdt antecipou que de momento, ela e o marido, ainda não decidiram se querem ter mais filhos. “As crianças ainda são muito pequenas e requerem bastante atenção, mas talvez daqui por uns anos comecemos a pensar nisso novamente”, referiu.

“Isto demonstra que o tecido original transplantado continuou a funcionar durante mais de quarto anos e que Bergholdt continua a poder conceber crianças saudáveis. Ela continua a ter o seu natural ciclo menstrual e agora está mesmo a tomar anti-conceptivos para não engravidar novamente”, contou o médico.

Stinne Holm dispõe de mais bandas de tecido ovárico, num tanque em líquido de nitrogénio – podendo manter-se funcionais durante mais de 40 anos –, caso queira realizar um novo transplante de forma a continuar a manter o funcionamento ovariano.


Artigo publicado por Ciência Hoje, em 24 de Fevereiro de 2010
Vanda Craveiro, em 6 de Março de 2010

quinta-feira, 4 de março de 2010

Porque os órgãos não caem das árvores...

The Tree of Life


A idade média dos dadores de órgãos aumentou 150% em 15 anos. Nessa altura, a média era de 20 anos e hoje o dador tem 50. A evolução está ligada à redução drástica dos acidentes de viação, trabalho e domésticos, que vitimavam pessoas mais jovens. Para já, não há escassez, mas o director da unidade de cirurgia cardiotorácica dos Hospitais Universitários de Coimbra, Manuel Antunes, calcula "que dentro de cinco a dez anos possa haver uma redução na colheita" de órgãos adequados a doentes mais jovens.
Para já, há margem para a colheita de corações e pulmões aumentar. Porém, recorde-se que estes órgãos não se regeneram, o que significa que não serão adequados para todos os pacientes, especialmente mais jovens.
Uma solução é aumentar a colheita em dadores cadáveres mais velhos, uma área onde há muito trabalho a fazer mas já há soluções, uma vez que os órgãos destes dadores são bons e ainda há 40% de dadores jovens para responder às solicitações.
Noutros órgãos, caso do rim e fígado, a solução pode passar pela doação de um dador vivo, assunto já referido no blogue. As crianças, por exemplo, encontram órgãos compatíveis sobretudo em dadores pediátricos ou vivos.

Só entre 2007 e 2008 Portugal passou assim de uma taxa de 23,9 para 26,7 dadores cadáver por milhão de habitantes. Curiosamente, no que respeita à colheita de órgãos e tecidos em cadáveres, a legislação em Portugal é das mais avançadas, ao presumir que todos os cidadãos são dadores depois do falecimento, excepto os que se registaram no Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA). Apesar da legislação facilitadora, paradoxalmente tem sido crónica a falta de órgãos para transplantação.
Essa legislação repercutiu-se não só na colheita de órgãos e tecidos em cadáveres, mas também, e de forma relevante, no que respeita à doação de órgãos a partir de dadores vivos. A Lei n.º 22/2007 que alterou a Lei n.º 12/93, relativa à colheita e transplante de órgãos e tecidos de origem humana, veio facilitar a doação em vida, retirando os constrangimentos do grau de parentesco e permitiu aumentar significativamente o número de transplantes a partir de dador vivo desde que foi publicada a sua regulamentação, deixando muitos cidadãos exprimirem os seus sentimentos de solidariedade, doando um órgão a um cônjuge ou a um amigo, o que a anterior legislação impossibilitava.


O Coordenador Hospitalar de Doação de cada hospital é também fundamental, tendo como funções detectar e avaliar os possíveis dadores no hospital, desde o serviço de Urgência até aos serviços hospitalares onde possam vir a ser tratados, designadamente nas áreas de cuidados intensivos. As funções do CHD são tanto mais preponderantes quanto se sabe que perante a diminuição, por razões conhecidas, de dadores vítimas de traumatismo craniencefálico.
Perante esta realidade, há que alargar a selecção de dadores em morte cerebral às vítimas de AVC, o que implica termos dadores em faixas etárias superiores e com co-morbilidades mais frequentes. Por isso, todas as situações de oportunidade para optimizar o aumento do número de dadores têm de ser encaradas, para que não se percam potenciais dadores, sobretudo do foro não traumático, e se consiga proporcionar o aumento desejado de colheitas de órgãos. Isto implica mudar comportamentos e alterar conceitos, designadamente no que respeita ao conceito de dador «expandido», subjacente à maior idade e às co-morbilidades destes doentes, e que eram há anos rejeitados como tal. Esta será uma realidade que, doravante, teremos de encarar, mas com um significado muito positivo no que concerne à diminuição da sinistralidade rodoviária no País.

O processo de doação é uma oportunidade de vida, uma oportunidade de utilidade, uma oportunidade de renascer, mas tudo isto só pode ser entendido, quer pelos familiares dos dadores, quer por nós próprios, se conhecermos claramente todo o processo que envolve a doação de órgãos, também já referido.
A Lei Portuguesa, altruísta nesta matéria, dizendo que todos nós somos dadores se, em vida, conscientemente e voluntariamente não declararmos o contrário, deveria fazer de Portugal um país com um número de dadores tão bom quanto outros países na Europa, mas isto ainda não acontece, e daí a necessidade de aumentar o número de dadores em Portugal.

Órgãos colhidos em Portugal

Cada dador pode salvar 7 vidas, cada dador é um ser único e querido, para a sua família, e é nesta dicotomia, que se apresenta a dificuldade da doação, e outras dificuldades menores, mas ainda assim não desprezíveis, como o trabalho que para os Intensivistas e Enfermeiros das Unidades de Cuidados Intensivos dá a manutenção do dador, mas estas podem ser resolvidas de um modo cabal, depois de reconhecido o seu valor e sua importância.

Verónica Cabreira, 4 de Março de 2010